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Greve Metrô do Recife: Metroviários e CBTU chegam a acordo e greve do Metrô do Recife pode terminar nesta quarta (5)

Acordo foi mediado pelo TRT-6 e será votado pelos metroviários em assembleia às 18h desta quarta. Assim, o metrô voltaria a operar às 5h da quinta (6)

Por Roberta Soares Publicado em 04/11/2025 às 16:53 | Atualizado em 04/11/2025 às 17:44

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Após dois dias de paralisação, a greve do Metrô do Recife pode chegar ao fim nesta quarta-feira (5/11), terceiro dia do movimento. Metroviários e a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) chegaram a um acordo mediados pelo Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6) durante reunião de conciliação na tarde desta terça (4), mas o entendimento precisa ser validado pela categoria em assembleia prevista para acontecer às 18h desta quarta.

Quem esteve à frente da negociação foi o desembargador Eduardo Pugliesi, vice-presidente do TRT-6, que tem a função de coordenar ações de conciliação no Tribunal. O desembargador propôs que seja elaborado pela CBTU e enviado ao Tribunal, no prazo de 30 dias, um plano emergencial de recuperação do metrô.

Esse plano de recuperação emergencial - que já existe na CBTU, vale destacar - será apresentado à governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, que prometeu ser parte da solução da crise financeira do sistema metroferroviário e vem cobrando do governo federal a antecipação de recursos - R$ 1 bilhão - para o metrô, independentemente de ele vir a ser ou não concedido à iniciativa privada.

O desembargador Eduardo Pugliesi, inclusive, se comprometeu a mediar o cumprimento do prazo do plano emergencial junto à CBTU. E que, sendo aceita a proposta de fim da paralisação, seria garantido o abono dos três dias de greve.

“A reunião de conciliação foi de sucesso, extremamente efetiva, num ambiente transparente e democrático. E o que é melhor, com resultados concretos. Houve uma compreensão coletiva, tanto por parte do Sindicato dos Metroviários quanto pela CBTU, de que o movimento grevista causa sofrimento aos usuários, mas também de que é necessário fazer reformas no sistema, sobretudo depois do incêndio no vagão”, afirmou o desembargador.

INCÊNDIO NO METRÔ DO RECIFE INFLUENCIOU NAS DECISÕES PELA GRAVIDADE DO EPISÓDIO

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Fogo no Metrô do Recife expôs risco iminente a que passageiros e metroviários estão sujeitos devido ao sucateamento crônico do sistema - INSTAGRAM/REPRODUÇÃO

O incêndio a que se referiu o vice-presidente do TRT-6 foi o ocorrido no sábado (25/10), quando um trem pegou fogo com mais de 50 passageiros na Linha Centro do metrô. Um episódio que, por sorte e graças à agilidade do maquinista, não resultou em feridos ou até mesmo mortos.

Embora o acordo final não tenha sido fechado na hora, devido à necessidade de o sindicato ouvir a categoria em assembleia, o desembargador expressou grande confiança no resultado, informando que o Tribunal e o Ministério Público do Trabalho apresentaram uma proposta racional. 

Pugliesi indicou que, se a resolução dependesse apenas dos presentes na reunião — incluindo o presidente do SindMetro, Luiz Soares, e o direto de Planejamento e Relações Institucionais da CBTU, Eduardo Coimbra - (que viajou de Brasília para o encontro) - ele diria que o assunto estaria resolvido.

Ao analisar a perspectiva das partes, o desembargador afirmou que houve uma convergência de ideias, mesmo em um contexto onde o Tribunal Regional do Trabalho é provocado por um dissídio. “Essa convergência se deu no sentido de que o sistema precisa ser melhorado, ser mais seguro, precisa de reformas e precisa de recursos", destacou.

DECISÃO SOBRE FIM DA GREVE SERÁ DA CATEGORIA, REFORÇA SINDMETRO

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Metrô do Recife vai para o terceiro dia de greve, mas acordo pode colocar fim no movimento - JC Imagem

O presidente do SindMetro, Luiz Soares, explicou que a continuidade ou o fim do movimento grevista depende integralmente da assembleia com a categoria. “A decisão de suspender ou não o movimento cabe exclusivamente aos trabalhadores", afirmou.

Luiz Soares destacou que o desembargador Eduardo Pugliesi se mostrou sensibilizado com a situação da CBTU e buscou uma saída para resolver a situação da greve. O líder sindical fez questão de classificar a paralisação não apenas como uma greve, mas sim como um movimento que reúne vários segmentos da sociedade. “A luta pelo Metrô do Recife não é só nossa, é da categoria, é dos movimentos sociais, é de todos aqueles que se envolveram para que a gente possa ter um metrô de qualidade, garantindo a eficiência dele e a segurança dos usuários".

Apesar de ter sido noticiado que a proposta apresentada na reunião incluía 10 itens visando a melhoria do serviço, Soares optou por manter os detalhes em sigilo antes da votação da categoria. Os metroviários vão realizar uma manifestação pelas ruas do Centro do Recife antes da assembleia, prevista para acontecer às 18h, na Estação Recife do metrô, no bairro de São José, Centro da capital.

SEGUNDO DIA DE GREVE MARCADO, MAIS UMA VEZ, POR TRANSTORNOS PARA OS PASSAGEIROS

O segundo dia de greve do Metrô do Recife, na terça-feira (4), manteve o sistema completamente parado, resultando em transtornos para os passageiros mais uma vez. A paralisação, iniciada na segunda-feira (3), impactou aproximadamente 170 mil passageiros que utilizam diariamente as Linhas Centro, Sul e Diesel do sistema na Região Metropolitana do Recife.

A greve foi motivada por problemas de infraestrutura e pela falta de segurança no sistema, principalmente depois do incêndio em um dos vagões da Linha Centro. As 37 estações do sistema permanecem fechadas.

Segundo o Sindmetro-PE, a categoria reivindica a manutenção adequada da rede metroviária, melhores condições de trabalho e garantias de segurança para os funcionários e usuários.

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