Metrô do Recife: Após incêndio e sete dias de paralisação, Ramal Camaragibe do metrô volta a operar no Grande Recife
Retorno da operação, entretanto, não vai durar muito porque os metroviários entram em greve por tempo indeterminado a partir desta segunda-feira (3)
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Após enfrentar um incêndio em um dos poucos vagões e uma paralisação parcial de sete dias, o Metrô do Recife voltou a operar normalmente neste sábado (1/11). O Ramal Camaragibe, um dos dois ramais que fazem parte da Linha Centro, retomou sua operação às 5h.
O trecho estava paralisado desde o último sábado (25/10), quando um curto-circuito provocou um incêndio em um vagão próximo à Estação Alto do Céu, resultando no fechamento de cinco estações da Linha Centro, a que mais transporta passageiros no sistema.
A paralisação afetou diretamente as estações Camaragibe, Cosme e Damião, Rodoviária, Curado e Alto do Céu, que fazem a conexão do sistema com o Centro de Camaragibe.
Durante os sete dias de interrupção, os usuários do transporte público tiveram de recorrer massivamente aos ônibus, o que levou à superlotação e atrasos nos terminais integrados da Região Metropolitana do Recife. O Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano reforçou as linhas de ônibus para atender à área oeste da RMR, mas os transtornos foram grandes.
METRÔ DO RECIFE ENFRENTA GREVE A PARTIR DE SEGUNDA
O retorno da operação do Ramal Camaragibe da Linha Centro do metrô, entretanto, não vai durar muito porque os metroviários entram em greve por tempo indeterminado a partir desta segunda-feira (3/11).
Em assembleia realizada na quinta-feira (30), a categoria confirmou a paralisação, já tida como certa desde o início da semana e após o incêndio em um dos trens, que por sorte e pela agilidade do maquinista, não fez vítimas. Todos os passageiros conseguiram ser retirados do vagão, parcialmente incendiado, mas inutilizado.
O Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (SindMetro-PE) afirma que a decisão de greve foi tomada após meses de tentativas frustradas de diálogo com o governo federal e a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), responsável pela gestão do metrô, para discutir investimentos e a não realização da concessão pública do sistema.
A concessão foi autorizada em maio pelo governo federal, mas o processo ainda não foi iniciado. De acordo com as últimas informações, repassadas em declarações de ministros pelo País, o leilão para a iniciativa privada deveria acontecer em 2026, com a previsão de que a nova gestão assumisse a partir de 2027.
HISTÓRICO DE FALHAS, QUEBRAS E PARALISAÇÕES
A paralisação recente se soma a um histórico de problemas na infraestrutura do sistema, principalmente na rede elétrica. Foram diversas paralisações este ano e em 2024. Confira algumas:
* 3 de outubro: A Linha Centro parou após a queda de uma árvore na rede aérea.
* 27 de agosto: Um curto-circuito na Linha Sul forçou passageiros a descerem e andarem pelos trilhos.
* 10 de junho: Um incêndio atingiu um trem na Estação Cavaleiro, causando susto aos usuários.
* 16 de maio: O VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) da Linha Sul Diesel ficou interditado entre Marcos Freire e Curado devido à chuva.
Em anos anteriores, problemas elétricos também causaram extensas paralisações:
* 20 de junho de 2024: Uma explosão em um transformador devido a uma queda de energia paralisou os dois ramais da Linha Centro por 24 horas.
* Junho de 2024: A Linha Sul ficou um dia sem funcionar (dia 18) e a Linha Centro amanheceu totalmente fechada (dia 10) devido a falhas elétricas na rede aérea.
* 11 de março de 2024: Todas as estações da Linha Sul ficaram fechadas pela manhã por problemas na rede de energia.