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Metrô do Recife: Conheça o Veículo Leve sobre Pneus, que a governadora Raquel Lyra quer adotar no Grande Recife

O VLP é um novo conceito de transporte de massa, em operação na China desde 2019. É frequentemente descrito como um bonde sem trilhos

Por Roberta Soares Publicado em 31/10/2025 às 15:14 | Atualizado em 31/10/2025 às 15:17

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Entre as alternativas avaliadas para melhorar o transporte público de média e alta capacidade da Região Metropolitana do Recife, discutida pela governadora Raquel Lyra durante entrevista à Rádio Jornal, nesta sexta-feira (31/10), está o Veículo Leve sobre Pneus (VLP), também conhecido como um “trem sobre pneus”.

O VLP, modelo chinês intermediário entre o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) e o ônibus urbano, tem capacidade para transportar até 230 passageiros e seria - como afirmou a governadora - uma opção mais barata que um trem de metrô ou um VLT tradicional porque não requer a infraestrutura de trilhos, sendo uma estratégia possível para a ampliação da rede no Grande Recife.

O VLP é um novo conceito de transporte de massa, já em operação na China desde 2019, e que está a caminho do Brasil. O sistema, que combina a capacidade de transporte de um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) tradicional com algumas das vantagens operacionais dos ônibus urbanos, deve ser implementado de forma experimental na cidade de Curitiba (PR) ainda em 2025.

O VLP é frequentemente descrito como um "bonde sem trilhos". Ele se assemelha tecnicamente aos ônibus articulados urbanos por rodar sobre pneus de borracha, mas se diferencia por sua capacidade massiva, podendo transportar entre 300 e 500 passageiros por composição, dependendo do número de carros.

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O VLP é frequentemente descrito como um "bonde sem trilhos" - Divulgação
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O VLP é frequentemente descrito como um "bonde sem trilhos" - Divulgação

Sua tecnologia é baseada em sensores eletromagnéticos que guiam o veículo, seguindo "trilhos virtuais" que são pintados diretamente sobre o asfalto. Dessa forma, ele pode funcionar de maneira semi autônoma. Graças ao uso de pneus de borracha, o VLP possui um certo nível de flexibilidade de rota e é capaz de lidar com desníveis e inclinações mais altas em comparação aos bondes tradicionais.

Segundo a fabricante chinesa CRRC, que desenvolveu e fabricou o veículo, a velocidade máxima que o VLP pode atingir é de 70 km/h. O sistema é projetado para operar em corredores que variam de 8 km a 20 km de extensão, com estações espaçadas entre 600 e 1.200 metros. É importante destacar que, por ser um veículo longo, uma grande folga é necessária em cada cruzamento para garantir um bom raio de curvas, exigindo cerca de 15 metros, o que pode limitar manobras em situações de congestionamento.

Os veículos são tipicamente bidirecionais (com uma cabine de operação em cada extremidade) e possuem piso baixo para facilitar a acessibilidade. O sistema foi testado inicialmente em 2017 e entrou em operação comercial em 2019, nas cidades de Zhuzhou e Yibin, no Sul da China.

CURITIBA COMO PROJETO-PILOTO

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O VLP é um novo conceito de transporte de massa, já em operação na China desde 2019, e que está a caminho do Brasil - Divulgação

O sistema VLP está previsto para chegar ao Brasil através do estado do Paraná. O governo do Paraná divulgou que promete trazer o sistema para Curitiba ainda em 2025. O veículo foi adquirido pela Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná (Amep) como parte de um projeto-piloto. A expectativa do governo é que estas composições possam futuramente estruturar um novo transporte metropolitano para a capital.

As imagens divulgadas pelo governo paranaense mostraram uma composição com a identidade visual do Estado do Paraná circulando no pátio da CRRC na China. É importante ressaltar que, em um primeiro momento, o veículo não será incorporado à frota de transporte local, mas sim funcionará como uma experiência de 15 meses.

A CRRC, responsável pelo desenvolvimento e fabricação do VLP, também possui presença em São Paulo, onde formalizou um contrato com o governo paulista para fornecer novos trens do metrô. A empresa planeja instalar uma fábrica em Araraquara (SP), que poderá ser utilizada futuramente para montar trens intercidades.

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