Metroviários fazem caminhada com apitaço em protesto contra sucateamento do Metrô do Recife
O ato, convocado pelo Sindmetro-PE, ocorre em defesa da segurança dos usuários do metrô, contra o sucateamento e a possível venda do sistema
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Em greve por tempo indeterminado desde as 5h desta segunda-feira (3), os metroviários de Pernambuco pretendem realizar uma caminhada em protesto pelas ruas do Centro do Recife. Inicialmente, a caminhada estava programada para às 10h, a partir da Estação Recife do metrô, mas foi cancelada depois que o presidente do Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (SindMetro), Luiz Soares, foi detido pela Polícia Militar, quando fazia manifestação em frente ao Centro de Manutenção de Cavaleiro (CMC).
Mesmo liberado pouco tempo depois, quando ainda estava na viatura da PM, o sindicalista decidiu adiar a passeata para às 12h30, saindo da Estação Recife em direção ao Monumento Tortura Nunca Mais, na Rua da Aurora. Mas, no início da tarde, o movimento foi adiado novamente, agora para 13h da terça-feira (4).
De acordo com o sindicato, a manifestação tem como objetivo fortalecer a luta por um metrô público, seguro e de qualidade. A greve, aprovada em assembleia no último dia 30, ocorre após um incêndio em um dos trens e diante da falta de avanços nas negociações com o governo federal e a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU).
A concentração dos manifestantes ocorre na Estação Recife, ponto central do sistema, e a caminhada segue em direção ao bairro da Boa Vista, onde está localizado o monumento que simboliza a resistência política no estado.
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A greve foi aprovada após sucessivas tentativas de negociação com a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e o governo federal sem avanços concretos. O movimento ocorre em meio a uma crise que afeta a estrutura e a operação do metrô, marcada por falhas técnicas e atrasos em investimentos.
O incêndio registrado recentemente em um dos trens, controlado a tempo pelo maquinista e passageiros, reforçou as preocupações sobre a falta de manutenção e os riscos à segurança.
Além das condições precárias, os metroviários se posicionam contra o projeto de concessão do sistema à iniciativa privada, autorizado em maio, e previsto para ser leiloado em 2026, com nova gestão a partir de 2027. O sindicato afirma que a medida ameaça o caráter público do transporte e pode agravar o processo de sucateamento.