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Aeroporto de Noronha: novo secretário explica razões dos afundamentos de aeronaves após obras na pista de pouso

Em entrevista ao Programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal, o novo secretário falou sobre esse desafio e outros na pasta de mobilidade urbana

Por Roberta Soares Publicado em 04/07/2025 às 13:30 | Atualizado em 04/07/2025 às 15:46

O novo secretário de Mobilidade e Infraestrutura de Pernambuco, André Teixeira Filho, no cargo há menos de 48 horas, como ele mesmo argumentou, garantiu que o governo de Pernambuco está atento aos problemas de infraestrutura do Aeroporto de Fernando de Noronha, que tem provocado vexame ao Estado com sequenciados afundamentos de aeronaves na pista de pouso, refeita recentemente.

Em entrevista ao Programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal, o novo secretário detalhou o plano do governo para enfrentar esse desafio e começou argumentando que, apesar dos problemas, o aeroporto nunca tinha recebido a reforma que recebeu na gestão da governadora Raquel Lyra (PSD).

“Mesmo sendo uma "joia da coroa" de Pernambuco e do Brasil, a Ilha de Fernando de Noronha nunca havia passado por uma reforma de tamanha magnitude em seu aeroporto. Após uma paralisação dos voos a jatos em outubro de 2022, o projeto foi refeito, licitado e os voos de grandes aeronaves retomados no início deste ano. Isso precisa ser destacado”, afirmou.

André Teixeira esclareceu que os recentes afundamentos de duas aeronaves aconteceram em áreas que ainda não tinham recebido a obra principal. “A parte da pista de pouso e decolagem das aeronaves, que foi finalizada em março e possibilitou a retomada dos voos de grandes aeronaves, está funcionando normalmente e não apresenta problemas. Os incidentes aconteceram nas áreas de baliza e estacionamento, longe da pista principal”, pontuou.

No domingo, 29/6, um avião da GOL atolou após o asfalto ceder quando se preparava para decolar. Uma semana antes, em outra posição no mesmo pátio, uma aeronave da Azul já havia enfrentado problema semelhante, também prestes a decolar. Ambos os episódios levantaram questionamentos sobre a segurança operacional do aeroporto.

OBRAS DE INFRAESTRUTURA TERÃO SEQUÊNCIA

JC IMAGEM
A pior rodovia do País atualmente é a PE-545, que liga duas das mais importantes cidades do Sertão do Araripe, Exu e Ouricuri. E a segunda pior estrada brasileira também está no Estado. É a PE-096, que vai de Palmares a Barreiros, na Mata Sul pernambucana. - JC IMAGEM

Segundo o novo secretário, o período chuvoso (abril, maio e junho) provocou a paralisação das obras, mas medidas emergenciais foram tomadas imediatamente. “Desde a semana retrasada, o primeiro buraco foi fechado com concreto, e o segundo está sendo fechado agora. Temos quinze toneladas de material, incluindo asfalto, que estão sendo embarcados para a ilha com o objetivo de realizar mais de 2.000 m² de serviços emergenciais”, garantiu.

A previsão é que esses trabalhos emergenciais comecem a ser realizados na segunda ou terça-feiras (7 ou 8/7) e garantam a segurança das áreas afetadas até a sexta-feira (11/7). A obra principal do aeroporto será retomada a partir da segunda quinzena de julho, quando as chuvas reduzirem. A área do pátio deve ser finalizada entre 30 e 60 dias, com previsão de conclusão em setembro. A expectativa é que toda a obra planejada para a ilha seja finalizada entre março e abril de 2026, incluindo o início da obra do terminal em paralelo.

INVESTIMENTOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE

André Teixeira Filho também falou sobre os desafios na nova pasta, principalmente o de acelerar a entrega de obras de infraestrutura essenciais em todo o Estado - meta principal da gestão da governadora Raquel Lyra.

Confira o debate na íntegra:

“A governadora está focada em entregar diversas obras de infraestrutura por todo o Estado. Na Região Metropolitana do Recife (RMR), a principal aposta é a obra do Arco Metropolitano, que vai dar uma nova vida à região e impulsionar o desenvolvimento econômico”, afirmou.

“A primeira etapa do Arco, que prevê um investimento de mais de R$ 700 milhões, está em fase final de licitação e conectará de Moreno ao Cabo de Santo agostinho, desviando o tráfego de caminhões e indústrias de Suape da área urbano do Grande Recife. Esta é uma obra prometida há décadas e a maior entrega do governo”, disse.

Além do Arco Metropolitano, André Teixeira Filho destacou que outras obras importantes estão em andamento, como a Estrada de Aldeia e a PE-060, no acesso ao Litoral Sul do Estado. “São obras que visam a mobilidade, o turismo e o desenvolvimento econômico.

O secretário também destacou a entrega de terminais de ônibus, mencionando que o terminal de Igarassu, parte de obras para a Copa do Mundo de 2014 que estava com apenas 3% iniciadas quando o governo assumiu, foi entregue há 60 dias.

PERSPECTIVAS PARA AS RODOVIAS

Divulgação
André Teixeira Filho assume a Semobi - Divulgação

Em relação à malha rodoviária do Estado, considerada a 20ª pior do Brasil quando a gestão assumiu, estão sendo estudados projetos de manutenção em todas as estradas. Ele mencionou a finalização do projeto de duplicação da BR-104, com a entrega de 8 km conectando Toritama à Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste pernambucano.

“O governo está trabalhando intensamente para concluir contratos antigos, como o da BR-104, que remonta a 15 anos. Temos confiança de que, nos próximos 12 a 18 meses, muita coisa palpável será entregue. E, até o final de 2026, a maioria das obras estruturantes, como o Arco Metropolitano, estará transitável, mesmo que não 100% concluída”, destacou.

ENTRAVES FINANCEIROS PREOCUPAM

Na entrevista, o novo secretário destacou, também, a preocupação do governo de Pernambuco com a liberação de dois empréstimos que somam R$ 3.2 bilhões na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), destinados estritamente para obras de infraestrutura, incluindo estradas e água.

A governadora Raquel Lira já tinha expressado que a retenção desses recursos é uma política menor que impede o avanço de obras essenciais. André Teixeira, entretanto, fez a política da boa vizinhança, demonstrando confiança no trabalho dos deputados pernambucanos. “Acredito que eles irão priorizar o melhor para o Estado, que ficou muito tempo parado, sem obras”.

A infraestrutura é apontada como um dos principais entraves para o ambiente econômico do Estado, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Lide com empresários. Apesar disso, o secretário se mostrou confiante na capacidade de aceleração do governo, afirmando ter certeza de que será possível entregar obras importantes e básicas a tempo. “Pernambuco é hoje um canteiro de obras funcionando”, destacou o secretário.

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