Oposição a Raquel Lyra amplia lideranças na Alepe e garante maioria da CPI dos contratos de publicidade
Movimentações resultam na perda de três lideranças de partido simpáticas a Raquel. Instalação da CPI será em sessão a partir das 8h desta terça

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Em uma série de articulações políticas, a oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) tem executado articulações para impactar o poder no funcionamento da casa e na composição da CPI que investigará contratos do governo do estado ligados a publicidade.
As movimentações resultaram na perda de três lideranças de partido simpáticas à governadora Raquel Lyra (PSD) na casa: Débora Almeida, Jarbas Filho e Joãozinho Tenório (PRD).
Tudo na véspera exatamente da instalação da CPI. A sessão de instalação da comissão vai ocorrer às 8h desta terça-feira (19), sob comando a líder da oposição Dani Portela (Psol).
Guinada do PSDB e a CPI da publicidade
O presidente da Alepe e presidente estadual do PSDB, Álvaro Porto, foi a figura central em uma importante articulação com o PSB.
Esta manobra resultou na filiação do deputado Diogo Moraes, ex-líder do PSB na Alepe, ao PSDB.
A mudança de partido de Diogo Moraes, mesmo antes da janela partidária, foi possível graças a um acordo entre os diretórios estaduais do PSDB e do PSB, garantindo que o parlamentar não corra o risco de perder o mandato por infidelidade partidária.
Com a chegada de Diogo Moraes, o PSDB passou a contar com quatro deputados na Casa: Álvaro Porto, Débora Almeida, Diogo Moraes e Izaías Régis.
A executiva do partido foi decisiva ao desempatar a situação e indicar Diogo Moraes como o novo líder da bancada do PSDB.
Essa liderança era anteriormente ocupada pela deputada Débora Almeida, que é uma voz governista.
Oposição alcança maioria na CPI da publicidade
A principal motivação por trás da filiação de Diogo Moraes ao PSDB e sua ascensão à liderança da bancada tucana foi garantir que a oposição tenha maioria na CPI.
A comissão é composta por nove membros titulares e nove suplentes. O prazo final para entrega dos nomes foi nesta segunda-feira (18).
Com essa movimentação, a oposição ficou com cinco adversários da governadora Raquel Lyra contra quatro representantes governistas.
Inicialmente, o governo havia garantido a maioria com um acerto com o PL, que trocou de líder e indicou Nino de Enoque para o colegiado.
No entanto, a filiação de Diogo Moraes ao PSDB e sua entrada na CPI, no lugar de Débora Almeida, se configura como um golpe para a base governista.
Em contato com a reportagem do JC, a deputada lamentou a decisão e disse estar triste em "ver que o partido se tornou um puxadinho do PSB e da prefeitura do Recife".
"É uma pena ver um partido que já teve tanto protagonismo dentro do cenário estadual e nacional estar sendo usado como forma de fazer somente um jogo político que tem como objetivo sangrar a gestão da governadora Raquel Lyra e assim acabar prejudicando muitos pernambucanos", afirmou Débora Almeida.
Waldemar Borges Matuto e mais mudanças
Não foi apenas Diogo Moraes a realizar uma mudança estratégica.
Os deputado Waldemar Borges e Júnior Matuto, também do PSB, deixaram o partido e se filiaram ao MDB e ao PRD, respectivamente, assumindo as lideranças das legendas na Alepe.
Eles substituíram os deputado Jarbas Filho e Joãozinho Tenório, que apoiam a governadora Raquel Lyra.
A movimentação de Waldemar Borges para o MDB também teve implicações diretas para a CPI.
Ao final do dia, a composição da CPI ficou a seguinte:
- Antonio Coelho (União)
- Dani Portela (PSOL)
- Diogo Moraes (PSDB)
- Rodrigo Farias (PSB)
- Waldemar Borges (MDB)
- Antonio Moraes (PP)
- João Paulo (PT)
- Nino de Enoque (PL)
- Wanderson Florêncio (Solidariedade)
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