Mortes no trânsito: Pernambuco fica em 6º lugar no ranking de estados mais seguros para dirigir
Pernambuco obteve uma pontuação de 3,14 - de um total de cinco pontos -, sendo o segundo estado nordestino a ocupar a melhor posição no ranking

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O Estado de Pernambuco ficou na 6ª posição no ranking geral de segurança viária nacional, segundo o estudo IRIS (Indicadores Rodoviários Integrados de Segurança) do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV). Pernambuco obteve uma pontuação de 3,14 - de um total de cinco pontos -, sendo o segundo estado nordestino a ocupar a melhor posição no ranking.
Perde apenas para o Ceará, que ficou em 5º, com pontuação de 3,29, deixando a Paraíba e a Bahia, por exemplo, para trás. Pernambuco, inclusive, divide a posição com outros dois estados: Espírito Santo e Mato Grosso. Já o Ceará faz o mesmo com o Mato Grosso do Sul e Rondônia.
O estudo IRIS é uma análise classificatória e comparativa desenvolvida pelo Observatório e inspirada nos 6 pilares atuais do Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans), e a adição de um 7º pilar sobre “Indicadores de Mortalidade”. A metodologia utilizada para estabelecer o índice e a classificação dos estados baseou-se na Análise de Componentes Principais (ACP) e em um sistema de 5 níveis (ou estrelas) para cada pilar.
O pilar dos Indicadores de Mortalidade, que reflete os resultados gerais e mais importantes da política de segurança viária porque trata das mortes e ferimentos no trânsito, mostra que Pernambuco tem muito a evoluir. O índice de óbitos foi de 16,68 por 100 mil habitantes, enquanto o de mortes por veículos foi de 4,57 por 10 mil veículos.
DESEMPENHO GERAL E DESAFIOS NA GESTÃO E INFRAESTRUTURA
Assim como a classificação de todo o ranking, a de Pernambuco é construída a partir de indicadores que abrangem a Gestão da Segurança no Trânsito (Pilar I), a qualidade das Vias Seguras (Pilar II), a Segurança Veicular (Pilar III), a Educação (Pilar IV), o Atendimento às Vítimas (Pilar V) e a Normatização e Fiscalização (Pilar VI), além dos Indicadores de Mortalidade (Pilar VII).
A análise da Gestão da Segurança no Trânsito aborda critérios como a integração municipal ao Sistema Nacional de Trânsito (SNT), a qualidade dos dados e a transparência. Em Pernambuco, apenas 23,24% dos municípios estão integrados ao SNT. Em relação à qualidade dos dados, 35,03% dos campos não estão informados nas bases do RENAEST. E quanto à transparência, a disponibilidade de informações no portal do Detran obteve uma nota mediana de 6,40.
Na avaliação geral das condições da infraestrutura rodoviária, Pernambuco teve 29,55% da extensão das rodovias em condições péssimas ou ruins. A situação da geometria foi ainda mais crítica, com 45,00% da extensão classificada como péssima ou ruim, enquanto o pavimento apresentou 19,34% em más condições, e a sinalização, 35,69%. Além disso, o estado ainda tem quase 20% (18,78%) das rodovias federais com pistas duplas - o que potencializa o risco de sinistros de trânsito.
Em relação à segurança veicular, Pernambuco tem 41,14% da sua frota composta por motocicletas. Um dado relevante sobre a idade dos veículos é que 67,29% da frota possui idade igual ou superior a 10 anos. Quanto a tecnologias de segurança mínimas, 33,72% da frota possui Airbag/ABS mínimo e 8,96% possui ISOFIX mínimo.
CONFIRA o cenário nacional apresentado no estudo do ONSV
No pilar da Vigilância, Promoção da Saúde e Atendimento às Vítimas, que mede a capacidade de resposta do sistema de saúde, a taxa de profissionais que atuam na área da saúde é de 15,84 por 1000 habitantes em Pernambuco. A disponibilidade de leitos é dividida em 2,35 leitos totais por 1000 habitantes, sendo 1,70 leitos SUS e 0,65 leitos não SUS.
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EDUCAÇÃO, FISCALIZAÇÃO E INDICADORES DE MORTALIDADE
No pilar da Educação de Trânsito, que utiliza o registro de infrações para refletir tanto o comportamento dos condutores quanto a fiscalização, Pernambuco apresenta as seguintes taxas por 10 mil veículos:
- Taxa de infrações por excesso de velocidade: 1.909,70.
- Taxa de infrações por não utilizar cinto de segurança: 162,63.
- Taxa de infrações por não utilizar dispositivos de retenção (cadeirinha): 16,50.
- Taxa de infrações por consumo de bebidas alcoólicas: 5,85.
- Taxa de infrações por utilizar celular na direção: 15,95.
A relação entre condutores habilitados a conduzir motocicletas e a frota de motocicletas é de 72,56 por 100 motocicletas.
No pilar da Normatização e Fiscalização, que foca na cobertura tecnológica e na aplicação da lei, a taxa de infrações por frota em Pernambuco é de 2.063,18 por 10 mil veículos. Em relação à tecnologia de monitoramento, o estado possui uma taxa de câmeras de segurança em geral de 1,94 por 10 mil veículos, sendo 1,55 em rodovias e 0,39 em vias urbanas. A taxa de infrações de velocidade por câmera de segurança é de 963,14, o que serve como um termômetro da eficiência do sistema eletrônico de fiscalização.