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Pai se cala, filho assume: as reações de Jair e Eduardo Bolsonaro às sanções contra Moraes

Jair afirma "não tenho nada com isso" sobre as sanções; já Eduardo muda discurso e diz que trabalhou para "direcionar" as medidas punitivas dos EUA

Por Túlio Feitosa Publicado em 30/07/2025 às 23:19

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As reações do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), às sanções dos EUA contra o ministro Alexandre de Moraes e à crise das tarifas revelam estratégias distintas e uma nova narrativa por parte do parlamentar.

Nesta quarta-feira (30), ao ser questionado sobre as sanções impostas a Moraes, Jair Bolsonaro foi lacônico e buscou se distanciar do episódio. "Eu não tenho nada com isso", disse o ex-presidente. Ele tem optado pelo silêncio, mesmo após o STF esclarecer que ele pode conceder entrevistas.

Eduardo Bolsonaro muda o discurso

Enquanto o pai se isenta, Eduardo Bolsonaro, que nos últimos meses pediu abertamente por sanções contra autoridades brasileiras, agora assume a articulação, mas com um novo discurso. Ele atribuiu a si mesmo o que chamou de "desidratação" da ameaça de tarifas de 50% contra o Brasil.

"Trabalhamos diretamente nas últimas semanas para que as medidas fossem ainda melhor direcionadas, atingindo o alvo correto e poupando ao máximo possível o povo brasileiro e o setor produtivo", disse o deputado, que está autoexilado nos EUA.

A nova narrativa tenta transformar a pressão externa, que ele ajudou a articular, em uma vitória política, onde a punição teria sido focada apenas em seus adversários.

Ameaças continuam

O entorno do deputado, no entanto, segue em tom de ameaça. O influenciador Paulo Figueiredo, aliado de Eduardo, publicou que os ministros Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes, também do STF, podem sofrer a mesma represália se não "soltarem a mão do tirano", em referência a Moraes.

A Lei Magnitsky, usada para sancionar o ministro, era historicamente aplicada a violadores graves de direitos humanos, como autoridades de ditaduras e terroristas, o que dimensiona a gravidade da ação do governo americano no atual contexto político.

(Com informações do Estadão Conteúdo)

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