AVIAÇÃO | Notícia

"Avião acelerava e não conseguia ganhar altitude", diz passageiro que estava em voo Recife-Madri

De acordo com a companhia aérea, o procedimento foi necessário por "questões técnicas" e o pouso ocorreu normalmente; saiba detalhes

Por Thiago Seabra Publicado em 11/06/2025 às 17:03 | Atualizado em 11/06/2025 às 18:38

O voo inaugural da nova rota internacional entre Recife e Madri, operado pela Azul Linhas Aéreas em parceria com a empresa euroAtlantic, retornou ao Aeroporto Internacional dos Guararapes na noite desta terça-feira (10), pouco tempo após a decolagem.

De acordo com a companhia aérea, o procedimento foi necessário por "questões técnicas" e o pouso ocorreu normalmente.

A aeronave decolou às 19h34 e pousou às 21h50.

Passageiro do voo inaugural Recife-Madri relata momentos de tensão antes do pouso


O professor universitário Dario Brito, que estava a bordo do voo AD8000 ,relatou em entrevista ao Jornal do Commercio, momentos de angústia enquanto a aeronave sobrevoava a região por cerca de duas horas antes de pousar. Ele relatou o clima de incerteza durante as cerca de duas horas em que o avião permaneceu orbitando antes de pousar às 21h50.

“A experiência toda talvez tenha sido traumática não só pelo fato do que aconteceu, mas pela falta de comunicação”, afirmou.

Segundo a Azul, o voo AD8000 apresentou uma falha nos flaps — partes das asas que ajudam nas manobras de pouso e decolagem — o que obrigou o retorno imediato à capital pernambucana. A empresa informou ainda que, antes de pousar, a aeronave orbitou por protocolo de segurança, para reduzir o peso.

A Azul informou, em nota oficial, que a volta foi realizada “com solicitação de prioridade de pouso” e seguiu “protocolos preventivos para diminuição do peso da aeronave antes da aterrissagem”.

Apesar da assistência prestada pela companhia, incluindo a realocação das passagens para outra data ou voos alternativos, Dario Brito destacou os transtornos causados por danos morais.
“Situação que a gente não deseja a ninguém".

A Azul informou que os passageiros receberam atendimento conforme prevê a Resolução 400 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A companhia não detalhou o tipo de falha técnica, nem forneceu prazo para a retomada normal da rota.

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Relato de passageiro que estava no voo

O jornalista e professor universitário Dario Brito estava no voo e concedeu entrevista ao Jornal do Commercio relantando a sua experiência com o susto após a decolagem.

"Então, a experiência toda, ela foi... talvez ela tenha sido traumática... não só pelo fato do que aconteceu, mas pela falta de comunicação, sabe? Eu acho que isso foi o pior na situação que aconteceu", iniciou.

"Estávamos percebendo que o avião não estava subindo tanto... e ele meio que forçava, sabe? Acelerava e não conseguia ganhar altitude. E assim ficou durante os 40 minutos já no oceano Atlântico, e a gente achando tudo muito estranho — e ninguém dava nenhuma informação", disse.

"Aí, com 40 minutos, o piloto falou que havia um problema com a aeronave, que a gente ia ter que voltar para Recife. Que não era nada muito grave, mas que era um problema com o flap da asa — aquele dispositivo que fica atrás da asa. Foi assim que foi passado pra gente", completou.

Após o aviso, Dario relata que os passageiros começaram a ficar tensos devido às reações dos comissários do voo.

"Começamos a ficar muito tensos porque havia uma comunicação com os comissários — e nós, de frente para eles, víamos as suas reações. Então, achávamos que alguma coisa não tava certa Ficávamos olhando pra reação dos comissários, e isso ia deixando a gente ainda mais tenso", revelou.

"A gente começou a achar que eles estavam omitindo alguma informação, que, na hora do pouso, teriam que dizer, sei lá... ‘vai pousar na água’ ou ‘vocês vão ter que fazer aquela manobra’, né — colocar a cabeça entre as pernas. A gente estava esperando isso. Mas aí, não aconteceu", finalizou.

Passageiros pretendem acionar companhia aérea na justiça

O passageiro confirmou que pretende acionar a companhia aérea judicialmente.

Segundo ele, outros passageiros também relataram perdas significativas e demonstraram intenção de recorrer à Justiça.

“Sim, a gente vai [acionar a justiça]. E acho que não só a gente. Várias pessoas que estavam em contato conosco disseram que vão judicializar, porque teve gente que perdeu transfer, passeio, coisa assim", afirmou.

"Nós perdemos esse outro voo que era para Vigo, por outra companhia, e perdeu dinheiro, né? O carro tivemos que cancelar, e teve custo de cancelamento. A hospedagem do primeiro dia também foi perdida. Enfim, saímos perdendo um monte de coisa, fora os próprios danos morais, né, que têm relação com uma situação dessas”, finalizou.

O que diz a Azul?

Em nota oficial, a Azul esclareceu que o voo AD8000, que partiria do Recife com destino a Madri, na Espanha, “precisou retornar ao aeroporto de origem, com solicitação de prioridade de pouso”.

A companhia destacou que a aeronave “orbitou antes do pouso, por protocolos preventivos, para diminuição do peso para aterrissagem”, alegando que “o pouso e o desembarque dos clientes aconteceram normalmente e em total segurança”.

A Azul informou também que todos os passageiros receberam a assistência prevista na Resolução 400 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e ressaltou que “não houve declaração de emergência”.

A resolução prevê que em casos como esse, a companhia deve informar o passageiro, oferecer opções como reacomodação, reembolso ou transporte alternativo, e fornecer assistência material adequada ao tempo de espera para o novo voo.

Nova rota Recife-Madri

A nova rota, de Recife a Madri, com três frequências semanais, estabelece voos partindo às terças, quintas e domingos.

No sentido inverso, de Madrid a Recife, os voos serão realizados às segundas, quartas e sextas-feiras.

A operação será realizada com aeronaves do modelo Boeing 767-300ER, com capacidade para até 267 passageiros.

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