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Nunca larga a fantasia de folião? Conheça 4 cidades que vivem o carnaval o ano inteiro

Essas quatro cidades brasileiras mostram que o carnaval vai muito além da data marcada no calendário. Elas fazem festas todos os meses do ano

Por Guilherme Gusmão Publicado em 21/08/2025 às 15:24

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Para muitos brasileiros, o carnaval é um evento de quatro dias. Para outros, é um trabalho, uma devoção, uma rotina.

Há cidades onde o carnaval não termina na Quarta-feira de Cinzas. Pelo contrário, ele continua nos barracões, nos ensaios, nas comunidades e até nas escolas. O batuque segue vivo, pulsando em cada canto da cidade, fazendo do dia a dia um eterno desfile.

Pensando nisso, o Social1 reuniu quatro cidades brasileiras onde o carnaval é mais que uma festa: é um estado de espírito permanente. Confira:

Rio de Janeiro (RJ)

O Rio de Janeiro é o berço do samba e o lar de algumas das maiores escolas de samba do país. Na capital fluminense, o carnaval nunca sai de cena.

Os barracões da Cidade do Samba, na zona portuária, funcionam o ano inteiro com dezenas de profissionais preparando fantasias, carros alegóricos e alegorias que só serão vistas no ano seguinte.

Os ensaios técnicos começam meses antes do desfile oficial e os eventos nas quadras movimentam a vida noturna da cidade.

Além do sambódromo, as rodas de samba nos bairros de Madureira, Lapa e Oswaldo Cruz reúnem músicos, dançarinos e apaixonados pela cultura popular.

Projetos sociais das escolas também mantêm viva a tradição, oferecendo aulas de percussão, dança, adereço e costura para crianças e jovens.

Salvador (BA)

Em Salvador, o trio elétrico pode até parar, mas o carnaval continua presente nos ensaios de blocos afro, nos grupos de percussão e nos projetos culturais espalhados pela cidade.

Blocos como Ilê Aiyê, Olodum, Filhos de Gandhy e Muzenza realizam atividades durante o ano inteiro. Há oficinas de música, dança afro e teatro, além dos famosos ensaios abertos que atraem turistas e moradores.

Na Cidade Baixa, no bairro do Curuzu, o Ilê Aiyê mantém sua sede como ponto cultural e símbolo de resistência negra.

No Pelourinho, é comum ouvir os tambores do Olodum ecoando pelas ruas históricas mesmo em meses longe da folia. Em Salvador, carnaval e identidade caminham lado a lado.

São Paulo (SP)

Nos últimos anos, São Paulo se firmou como uma potência do carnaval brasileiro. O sambódromo do Anhembi, construído na década de 1990, é o palco principal dos desfiles. Mas a festa não se resume a fevereiro. As escolas de samba da capital paulista mantêm quadras movimentadas o ano inteiro.

Jantares temáticos, ensaios abertos, festas e shows fazem parte do calendário fixo das agremiações.

A Fábrica do Samba, na zona norte da cidade, é onde as principais escolas do grupo especial constroem seus carros e fantasias.

O espaço é também um centro de inovação e emprego para artistas, cenógrafos, soldadores, costureiras e músicos. Com o crescimento dos blocos de rua, São Paulo também viu nascer coletivos carnavalescos que promovem ensaios o ano inteiro em praças e centros culturais.

Recife (PE)

Em Recife, o carnaval se mistura com o frevo, o maracatu e as tradições do povo pernambucano.

O Galo da Madrugada, considerado o maior bloco do mundo, já começa seus preparativos com muitos meses de antecedência. O mesmo acontece com o grupo Maracatu Nação Estrela Brilhante e com os caboclinhos, que mantêm viva a força da cultura afro-indígena.

Durante o ano, o Paço do Frevo, no Recife Antigo, oferece uma programação intensa com exposições, oficinas e apresentações. É possível aprender passos de frevo, ver figurinos históricos e mergulhar na história do carnaval local.

A cidade ainda sedia festivais e encontros de cultura popular que movimentam o calendário mesmo fora do verão.

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