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Unhas frágeis: o que pode ser, quando ir ao médico e como tratar

Dermatologista explica o que pode significar a fragilidade das unhas, quais cuidados tomar, quando buscar um especialista e possíveis tratamentos

Por Paloma Xavier Publicado em 28/07/2025 às 18:10

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Unhas que quebram ou descamam facilmente são um incômodo comum, mas que vai muito além de uma questão estética: muitas vezes, a fragilidade das unhas pode ser um sinal de que algo não vai bem no nosso corpo.

Paulo Guedes, dermatologista do Hospital Jayme da Fonte descreve como são as unhas saudáveis: “A unha ideal tem um contorno oval, superfície brilhante e translúcida, se estende além da borda ungueal sem cutículas salientes e sem cantos, dando uma ilusão de dedos longos e finos.”

Por que as unhas ficam frágeis?

O dermatologista elenca possíveis causas para as unhas quebradiças e frágeis. “O uso excessivo de esmaltes, removedores de esmalte e procedimentos como unhas artificiais. Além de unhas submetidas a traumas decorrentes de atividades que envolvam contatos com substâncias cáusticas, trabalho em digitação, imersão em líquidos. As infecções adquiridas por fungos e bactérias também são vilãs da saúde das unhas.”

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Problemas com unhas afetam especialmente as mulheres - Freepik

Paulo afirma que deficiências nutricionais também podem comprometer a saúde das unhas. A diminuição no aporte nutricional de várias vitaminas e minerais pode causar alterações ungueais (das unhas). Principalmente ferro, vitamina B6, zinco, vitamina c e cálcio. Dietas pobres em proteínas também comprometem a integridade e saúde ungueal”, detalha.

As unhas frágeis podem ser, ainda, um sintoma de várias doenças sistêmicas e condições cutâneas (da pele), de acordo com o especialista. Entre as mais comuns estão a psoríase, eczemas, líquen plano, alopecia areata e doenças cardiopulmonares. O uso de tabaco e de quimioterápicos também podem desencadear o sintoma. Problemas genéticos nas vias moleculares WNT e BMP são raros, mas podem levar a alterações na formação das unhas.

Unha em gel e esmalte

O dermatologista alerta para a composição dos esmaltes e bases: “A maior parte dos esmaltes e bases é constituída por dezenas de produtos químicos que podem causar reações alérgicas. Não temos como afirmar que determinada marca é hipoalergênica ou que terá um efeito benéfico.”

Formol, tolueno e dibutilftalato estão entre as substâncias usadas nas fórmulas dos esmaltes, com graus variados de toxicidade. “A melhor prática é a diminuição no uso destes produtos e usá-los num intervalo maior. A utilização constante aumenta a incidência de reações que podem comprometer a estética ungueal”, orienta o especialista.

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Uso excessivo de esmaltes, removedores e procedimentos como unhas artificiais podem danificar as unhas - Pexels

Unhas em gel e outros procedimentos podem enfraquecer a estrutura ungueal, por afinar a unha natural. Além disso, há o risco de infecções, reações alérgicas e o "efeito alavanca" - por serem mais longas e rígidas, as unhas em gel podem sofrer microtraumas constantes com o uso diário, atuando como uma "alavanca" que força a unha natural por baixo, causando danos e até descolamento.

O dermatologista também chama a atenção para hábitos nocivos, como roer as unhas, remover cutículas e imergir as unhas em produtos de limpeza. Os trabalhadores agrícolas e industriais devem ter cuidado redobrado com os equipamentos de proteção para reduzir os danos nas unhas.

Quando ir ao médico e o que é bom para unhas frágeis?

“O aparecimento de manchas, unhas ressecadas e quebradiças ou que descolam da pele, dor ou aumento da sensibilidade nas unhas devem ser avaliados por um dermatologista”, alerta Paulo.

O dermatologista investigará as causas e poderá solicitar exames complementares, como a biópsia. Doenças como psoríase podem ser diagnosticadas e tratadas.

“O tratamento de unhas frágeis começa com a pesquisa das causas. A partir do diagnóstico pode ser formulado um tratamento tópico ou sistêmico para cada caso em particular. Existe um arsenal terapêutico de produtos para uso local que podem ser formulados ou comprados em farmácias, como antibióticos, antifúngicos, bases protetoras, ou medicamentos de uso sistêmico dependendo da necessidade de cada paciente”, finaliza o dermatologista.

 

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