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PEC da Blindagem: Presidente nacional do PSB, João Campos se exime de orientação sobre voto favorável à proposta de imunidade parlamentar

Campos foi às redes sociais tentar se blindar das repercussões negativas com os votos favoráveis do partido que preside, inclusive do seu irmão, Pedro

Por Roberta Soares Publicado em 21/09/2025 às 12:14 | Atualizado em 21/09/2025 às 12:17

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A estratégia de se posicionar publicamente nas redes sociais contra a aprovação pela Câmara dos Deputados da PEC da Blindagem - que condiciona a investigação criminal de parlamentares à autorização das Casas Legislativas - segue a todo vapor no País depois da imensa repercussão negativa para a classe política. Agora, foi a vez do prefeito do Recife, João Campos, que também é o presidente nacional do PSB, usar as redes sociais para dar recados e tentar se blindar das repercussões negativas com os votos favoráveis do partido que preside, inclusive do seu irmão, o deputado federal Pedro Campos.

E mais: numa curta entrevista - de apenas uma pergunta - dada a um blog de notícias e repostada em suas redes sociais, João Campos se exime da orientação partidária para votar à favor da PEC, como aconteceu com o PSB. Posicionamento apresentado - vale ressaltar - mesmo sendo o presidente nacional do PSB, eleito em junho deste ano. 

O posicionamento acontece no dia em que o Brasil realiza diversos protestos contra a PEC da Blindagem e o PL da Anistia, inclusive no Recife e em outras cidades de Pernambuco, reduto eleitoral que o prefeito precisa cultivar porque deverá ser candidato ao governo de Pernambuco em 2026. 

“Não votei e não orientei a bancada do PSB na Câmara, que naquele momento optou pela liberação por entender que seria necessário para derrotar a anistia. Também me posicionei contra qualquer ideia de proteger presidentes de sigla, condição que exerço hoje. O PSB já votou contra este absurdo no Congresso”, afirmou João Campos.

E seguiu: “Hoje é um dia de mobilização e quero deixar meu posicionamento claro. Sou totalmente contrário à PEC da Blindagem. Já me reuni com o líder do PSB no Senado, e lá seremos 100% não à blindagem. A minha posição é muito direta: sem blindagem e sem anistia a quem cometeu crimes contra a democracia”, afimrou.

REAÇÃO CONTRA A REPERCUSSÃO NEGATIVA DO VOTO DO IRMÃO, PEDRO CAMPOS

Artur Borba / JC Imagem
Deputado Pedro Campos (PSB) votou a favor da PEC da Blindagem e se arrependeu depois, respingando no irmão e candidato praticamente certo ao governo de Pernambuco, João Campos - Artur Borba / JC Imagem

Além disso, a postura do prefeito acontece depois de uma repercussão muito negativa pelo voto do próprio irmão, Pedro Campos, que já se arrependeu do que fez e foi às redes sociais pedir desculpas aos eleitores, anunciando uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a PEC.

Pedro Campos, inclusive, levou junto os votos de 12 dos 14 deputados federais do PSB, partido que lidera na Casa, provocando um tremendo desgaste público pessoal e que, pela reação do prefeito, afetou João Campos, presidente nacional da legenda.

Outros deputados da ala socialista/esquerda - inclusive do PT, que teve 12 deputados votando a favor da proposta de blindagem - também foram chorar nas redes sociais. Pedro Campos foi um dos 19 deputados pernambucanos que foram favoráveis à PEC da Blindagem na Câmara dos Deputados e publicou um vídeo na quinta-feira (18), justificando o voto, após ser alvo de críticas nas redes sociais.

De acordo com Pedro, o voto favorável foi resultado de uma "tentativa de manter abertas pontes" para derrubar o PL da Anistia e manter as pautas do governo em votação na Casa. "Eu, junto com a maioria, votamos a favor, numa tentativa de manter abertas pontes para que fosse derrubada a anistia e que a pauta do governo e a pauta do povo brasileiro avançasse aqui nessa casa", afirmou.

E ainda enfatizou que as críticas recebidas foram legítimas, destacando que tinha compromisso com o povo brasileiro. “Quero reforçar que todas as críticas que eu recebi são legítimas, até porque o meu compromisso é com o povo brasileiro. E é assim que a gente tem conduzido o nosso mandato", disse. Na sequência, anunciou que ia ao STF para derrubar a PEC. 

A repercussão popular com o pedido de desculpas - como esperado - foi e tem sido péssima, não só no caso do pernambucano, mas da maioria dos deputados que resolveram divulgar o arrependimento. No caso de João Campos, alguns comentários negativos também estão sendo feitos, principalmente por ele ser o presidente nacional do PSB e afirmar não ter orientado a bancada.

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