PEC da Blindagem: Presidente nacional do PSB, João Campos se exime de orientação sobre voto favorável à proposta de imunidade parlamentar
Campos foi às redes sociais tentar se blindar das repercussões negativas com os votos favoráveis do partido que preside, inclusive do seu irmão, Pedro

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A estratégia de se posicionar publicamente nas redes sociais contra a aprovação pela Câmara dos Deputados da PEC da Blindagem - que condiciona a investigação criminal de parlamentares à autorização das Casas Legislativas - segue a todo vapor no País depois da imensa repercussão negativa para a classe política. Agora, foi a vez do prefeito do Recife, João Campos, que também é o presidente nacional do PSB, usar as redes sociais para dar recados e tentar se blindar das repercussões negativas com os votos favoráveis do partido que preside, inclusive do seu irmão, o deputado federal Pedro Campos.
E mais: numa curta entrevista - de apenas uma pergunta - dada a um blog de notícias e repostada em suas redes sociais, João Campos se exime da orientação partidária para votar à favor da PEC, como aconteceu com o PSB. Posicionamento apresentado - vale ressaltar - mesmo sendo o presidente nacional do PSB, eleito em junho deste ano.
O posicionamento acontece no dia em que o Brasil realiza diversos protestos contra a PEC da Blindagem e o PL da Anistia, inclusive no Recife e em outras cidades de Pernambuco, reduto eleitoral que o prefeito precisa cultivar porque deverá ser candidato ao governo de Pernambuco em 2026.
“Não votei e não orientei a bancada do PSB na Câmara, que naquele momento optou pela liberação por entender que seria necessário para derrotar a anistia. Também me posicionei contra qualquer ideia de proteger presidentes de sigla, condição que exerço hoje. O PSB já votou contra este absurdo no Congresso”, afirmou João Campos.
E seguiu: “Hoje é um dia de mobilização e quero deixar meu posicionamento claro. Sou totalmente contrário à PEC da Blindagem. Já me reuni com o líder do PSB no Senado, e lá seremos 100% não à blindagem. A minha posição é muito direta: sem blindagem e sem anistia a quem cometeu crimes contra a democracia”, afimrou.
REAÇÃO CONTRA A REPERCUSSÃO NEGATIVA DO VOTO DO IRMÃO, PEDRO CAMPOS
Além disso, a postura do prefeito acontece depois de uma repercussão muito negativa pelo voto do próprio irmão, Pedro Campos, que já se arrependeu do que fez e foi às redes sociais pedir desculpas aos eleitores, anunciando uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a PEC.
Pedro Campos, inclusive, levou junto os votos de 12 dos 14 deputados federais do PSB, partido que lidera na Casa, provocando um tremendo desgaste público pessoal e que, pela reação do prefeito, afetou João Campos, presidente nacional da legenda.
Outros deputados da ala socialista/esquerda - inclusive do PT, que teve 12 deputados votando a favor da proposta de blindagem - também foram chorar nas redes sociais. Pedro Campos foi um dos 19 deputados pernambucanos que foram favoráveis à PEC da Blindagem na Câmara dos Deputados e publicou um vídeo na quinta-feira (18), justificando o voto, após ser alvo de críticas nas redes sociais.
De acordo com Pedro, o voto favorável foi resultado de uma "tentativa de manter abertas pontes" para derrubar o PL da Anistia e manter as pautas do governo em votação na Casa. "Eu, junto com a maioria, votamos a favor, numa tentativa de manter abertas pontes para que fosse derrubada a anistia e que a pauta do governo e a pauta do povo brasileiro avançasse aqui nessa casa", afirmou.
E ainda enfatizou que as críticas recebidas foram legítimas, destacando que tinha compromisso com o povo brasileiro. “Quero reforçar que todas as críticas que eu recebi são legítimas, até porque o meu compromisso é com o povo brasileiro. E é assim que a gente tem conduzido o nosso mandato", disse. Na sequência, anunciou que ia ao STF para derrubar a PEC.
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A repercussão popular com o pedido de desculpas - como esperado - foi e tem sido péssima, não só no caso do pernambucano, mas da maioria dos deputados que resolveram divulgar o arrependimento. No caso de João Campos, alguns comentários negativos também estão sendo feitos, principalmente por ele ser o presidente nacional do PSB e afirmar não ter orientado a bancada.