No Recife, Grito dos Excluídos defende soberania do país e rechaça anistia
Ato foi realizado no centro do Recife, neste domingo, 7 de setembro. Manifestantes também pediram fim da escala 6 por 1 e isenção do Imposto de Renda.

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O 31º Grito dos Excluídos e Excluídas tomou as ruas do centro do Recife na manhã deste domingo, 7 de setembro, reunindo manifestantes de esquerda que reafirmaram bandeiras como a defesa da democracia, da soberania nacional e de pautas sociais históricas. Muitos deles seguravam placas de "sem anistia".
A concentração começou às 9h no Parque Treze de Maio, em frente ao prédio da Faculdade de Direito, e seguiu em caminhada pela avenida Conde da Boa Vista, acompanhada por carro de som.
A manifestação ocorreu no mesmo dia em que a direita bolsonarista também marcou evento, à tarde, na avenida Boa Viagem, na zona Sul, para defender a anistia a Jair Bolsonaro e aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro.
Como tradicionalmente ocorre, a maioria dos participantes do Grito vestia vermelho, mas também se destacaram cores da bandeira nacional — amarelo, azul e branco —, atendendo a um pedido do presidente Lula.
O lema deste ano, “Cuidar da casa comum e da Democracia é luta de todo dia”, reforçou a urgência de enfrentar a crise climática, proteger o meio ambiente, além de reforçar a garantia da soberania do país.
Entre as pautas defendidas pelos manifestantes estavam a redução da jornada de trabalho sem redução salarial, o fim da escala 6 por 1, a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e o aumento da alíquota para os super-ricos.
A senadora Teresa Leitão participou do ato e destacou a importância da mobilização: "Todo o povo atendeu o nosso chamado. Nas ruas, a gente se encontra para lutar contra os golpistas e contra a anistia. Queremos democracia, um Brasil justo, e isso só pode acontecer com a normalidade democrática. Não nos assustamos com os golpistas, porque vamos reagir a eles”.
Para o senador Humberto Costa, também presente no ato do Recife, a manifestação reforçou bandeiras centrais da política nacional. “Foi uma grande mobilização em defesa da independência, da soberania do nosso país, da autonomia dos poderes, contra tentativas de ingerência estrangeira", afirmou.
O deputado federal e presidente estadual do PT, Carlos Veras, participou de um encontro da Federação dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras de Pernambuco (Fetape) antes de ir para a mobilização nas ruas.
“O Grito dos Excluídos e as comemorações do 7 de setembro começam aqui com nossos trabalhadores rurais, há muito excluídos de políticas públicas, que precisam de acesso a condições melhores de trabalho e de vida. Não há Brasil independente sem soberania. O ataque dos Estados Unidos, articulado por um deputado traidor da pátria, atinge diretamente nossos assalariados”, declarou o presidente do partido.
A deputada federal Maria Arraes (Solidariedade) também estava no ato da capital pernambucana. "Defender esses direitos é estar ao lado do povo, e é esse lado que sempre escolhemos", disse.
Deputados estaduais como João Paulo, Rosa Amorim e Doriel Barros também participaram da mobilização nas ruas do Recife. João Paulo classificou o evento como “um dia bastante significativo. Do ponto de vista simbólico, é proclamada a independência, mas temos que entender que o que queremos é a soberania nacional, a democracia e celebrar todos que deram a vida por uma pátria livre. Nossa luta é para que essa independência seja efetiva”.