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Desfile de 7 de setembro em Brasília tem gritos de 'sem anistia' e ausência de ministros do STF

Presidente Lula assistiu à cerimônia ao lado de ministros de Estado, do vice Alckmin e do presidente da Câmara Hugo Motta; Alcolumbre não participou

Por Do JC com agências Publicado em 07/09/2025 às 12:36

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Aos gritos de "sem anistia" por parte do público, o presidente Lula abriu na manhã deste domingo (7) o desfile cívico-militar do Dia da Independência, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

De acordo com a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), o público estimado foi de 45 mil pessoas em toda a Esplanada.

Lula e a primeira-dama Janja da Silva chegaram à Esplanada em carro aberto, o Rolls-Royce presidencial tradicionalmente usado em cerimônias oficiais, após passar em revista as tropas próximo ao Palácio do Planalto.

Ao desembarcar na tribuna das autoridades, o presidente e a primeira-dama foram recebidos pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e pelos comandantes das três Forças Armadas.

Este ano, o desfile ocorre em meio à crise bilateral entre Brasil e Estados Unidos, provocada pelo tarifaço imposto pelo presidente norte-americano, Donald Trump, para pressionar o país a favor do ex-presidente Jair Bolsonaro, que está sendo julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de estado. 

TON MOLINA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
Lula e autoridades convidadas no desfile de 7 de Setembro em Brasília - TON MOLINA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Por causa desse contexto, o principal tema do desfile deste ano foi a soberania do país, que virou lema frequente de Lula desde o anúncio da taxação. A organização do evento distribuiu bonés com a frase Brasil Soberano, e a decoração das tribunas também trazia a mesma mensagem.

Outros três eixos temáticos compõem outras alas da parada, dois deles intitulados Brasil dos Brasileiros e Brasil do Futuro. Um terceiro eixo trata da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), a ser realizada em Belém, em novembro, e do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

A segurança na Esplanada e na Praça dos Três Poderes também foi reforçada, tanto para o desfile quanto para garantir o andamento do julgamento da trama golpista no STF.

O desfile na Esplanada dos Ministérios, encerrado com a tradicional exibição da Esquadrilha da Fumaça, durou cerca de 2 horas. Além de diversas alas militares, desfile aéreo, a apresentação contou com estudantes de escolas públicas e forças de segurança do Distrito Federal.

Ao final do desfile, antes de ir embora, o presidente Lula desceu da tribuna para cumprimentar o público nas arquibancadas mais próximas.

Presenças

Ao lado de Lula, o vice-presidente, Geraldo Alckmin e o presidente da Câmara, Hugo Motta, marcaram presença. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, não compareceu este ano, porque está em viagem oficial à França.

Outra ausência é a do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que está no Amapá, seu estado de origem. Nenhum outro ministro do STF marcou presença neste ano, em meio ao julgamento de Bolsonaro.

Os ministros Carlos Fávaro (Agricultura), Fernando Haddad (Fazenda) e Luiz Marinho (Trabalho) não compareceram na edição deste ano, segundo divulgou a Presidência.

Já os ministros do Turismo, Celso Sabino, e do Esporte, André Fufuca, participam do desfile, mesmo com os cargos ameaçados por decisões de seus próprios partidos.

O PP, legenda à qual é filiado Fufuca, e o União Brasil, partido de Sabino, decidiram na última semana pelo desembarque do governo. No comunicado divulgado, as cúpulas dos dois partidos determinaram que os seus filiados entreguem os cargos na gestão do presidente Lula.

"Sem anistia"

A plateia nas arquibancadas do desfile da Independência em Brasília entoou o grito de "sem anistia" minutos após a chegada do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), na tribuna de honra montada na Esplanada.

Com o desenrolar do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Motta sofre pressão de bolsonaristas para pautar a urgência da anistia aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro. O chefe da Câmara já declarou que o número de líderes favoráveis à deliberação do tema aumentou nos últimos dias.

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