Cena Política: Eduardo da Fonte projeta 10 deputados federais e 20 estaduais de PE pela União Progressista em 2026
Deputado e presidente estadual da União Progressista confirmou intenção de disputar o Senado, mas decisão será trabalhada em entendimento interno

Clique aqui e escute a matéria
O deputado federal Eduardo da Fonte, presidente estadual da federação União Progressista, que reúne os partidos União Brasil e Progressistas, afirmou que a expectativa para a eleição de 2026 é de forte crescimento do grupo em Pernambuco, tanto no Congresso como no Legislativo estadual.
"A expectativa é que a gente eleja uma bancada na Câmara Federal de 8 a 10 deputados federais e de 17 a 20 deputados estaduais", disse o parlamentar nesta sexta-feira (22), em entrevista ao videocast Cena Política, do JC Play (assista acima).
De acordo com Eduardo, o resultado virá de um trabalho de articulação permanente. “Isso é uma construção de buscar candidaturas viáveis, que representem a sociedade e tenham o que mostrar na eleição. A gente hoje está numa condição de buscar candidaturas que possam contribuir, não apenas candidaturas populares, mas que tenham conteúdo.”
O parlamentar ressaltou a importância de manter e ampliar a representatividade do estado no Congresso e na Alepe, ameaçadas pelo projeto de lei que modifica o quantitativo de cadeiras na Câmara Federal.
"É uma questão delicada. Lembro de uma votação importante que tivemos no Congresso em que o polo automotivo perdeu um incentivo para o Sudeste por um voto. Então, quando a gente fala que é muito sério perder uma cadeira, não está falando porque quer que aumente vaga. Nós já tivemos, na prática, uma votação danosa para a economia", ressaltou.
Candidatura ao Senado
Questionado sobre seu futuro político, o deputado admitiu o interesse em disputar uma vaga no Senado na eleição de 2026, mas emendou que a decisão passará por uma costura política dentro da nova federação.
"Estamos no quinto mandato na Câmara Federal, já ocupamos todos os cargos que são permitidos dentro da Casa, participei de todos os momentos legislativos dos últimos 20 anos... estamos preparados, sabemos como funciona o Congresso. A gente tem lutado ao longo desses anos, e isso naturalmente nos credencia a disputar o Senado. Temos que consolidar um entendimento e unificação da federação", declarou.
Sobre a pré-candidatura ao Senado de Miguel Coelho, presidente estadual do União Brasil, Eduardo minimizou qualquer atrito. “Miguel é um quadro muito preparado da federação, novo, mas muito experiente, mas a gente vai construir uma unidade interna", ponderou.
Avaliação de Raquel Lyra e João Campos
Eduardo da Fonte avaliou que a pesquisa Quaest divulgada nesta sexta-feira (22), que mostrou boa aprovação da governadora Raquel Lyra mas uma derrota para João Campos em 2026, ainda não reflete o que virá no ano que vem.
"A eleição ainda não está na ordem do dia das pessoas. Temos que observar a aprovação e desaprovação, que isso sim está na ordem do dia. João disputou as últimas eleições, ele está mais vivo na mente de todos como candidato, mas no próximo ano vai entrar na ordem do dia como o estado está, e consequentemente como a cidade do Recife está. Vai ser a grande comparação que a gente vai ter no próximo ano, quem avançou mais”, disse.
Segundo o parlamentar, Raquel Lyra, sua aliada, conseguiu contornar parte da avaliação negativa. "Ela está num equilíbrio do aprova e desaprova, mas já houve pesquisas em que o desaprova era maior e ela conseguiu reverter essa curva. Isso já é muito importante".
Na avaliação de Eduardo, a cobrança contra o prefeito João Campos será inevitável em 2026. “Quando a gente vai andar nas ruas do Recife, a gente vê que não são mil maravilhas. O que o eleitor vai perguntar no próximo ano é: ‘o que você fez como representante da gente na Assembleia, na Câmara, no Senado, à frente do governo e da prefeitura?’. Essa pergunta vai ser feita, e aquele que não tiver o que dizer que fez no mandato vai ter muita dificuldade na eleição", avaliou.
Críticas à manobra na Alepe
Eduardo também criticou os recentes embates internos na Alepe durante a definição da composição da CPI da Publicidade, resultado de uma manobra da oposição contra a base governista.
“A gente viu uma gincana dentro da Assembleia Legislativa de Pernambuco para que pudessem escolher o presidente e os membros de uma CPI. Quando vi essa cena e esses fatos, lembrei da época do colégio, quando tinha uma gincana. Foi muito parecido. São fatos lamentáveis que foram protagonizados por alguns partidos da Assembleia. Vamos observar como a população vai enxergar esses movimentos", disse.
'Governo Lula está difícil'
O deputado federal fez ainda uma avaliação sobre o governo Lula. Para ele, o atual mandato tem enfrentado dificuldades maiores do que os anteriores, especialmente na condução da crise do tarifaço imposto pelo governo Trump.
"Lula foi o melhor presidente do Brasil nos últimos mandatos, mas esse mandato tem sido muito difícil. A gente está vendo agora um entrave muito grande com essa questão com os Estados Unidos. A gente está em guerra econômica com os Estados Unidos, a maior potência mundial. Não estamos vendo a diplomacia do governo federal para que isso se resolva", disse.
Eduardo lembrou que o Progressistas já integrou a base de Lula em governos anteriores, mas destacou que, atualmente, não há alinhamento automático, especialmente após a oficialização da federação com o União Brasil.
"A federação tem ministérios, mas isso vai ser submetido para decisão da maioria, se os ministros continuam ou não na base do governo. O presidente Ciro Nogueira é o condutor do nosso partido e da federação ao lado do presidente Antonio Rueda, e vamos colocar nossas posições e construir o que for mais importante para a federação", finalizou.