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Cena Política: Miguel Coelho descarta aliança com Raquel Lyra e garante apoio a João Campos

Em entrevista ao videocast do JC Play, ex-prefeito de Petrolina também reafirmou pré-candidatura ao Senado em 2026 e fez críticas ao presidente Lula

Por Rodrigo Fernandes Publicado em 15/08/2025 às 13:43

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O ex-prefeito de Petrolina e presidente estadual do União Brasil, Miguel Coelho, afirmou que não há possibilidade para aliança política com a governadora Raquel Lyra (PSD) e reforçou o elo com o prefeito do Recife, João Campos (PSB). A declaração foi dada em entrevista ao videocast Cena Política, do JC Play, nesta sexta-feira (15).

“Ela é a governadora do estado, se ela convidar, nós vamos sentar para conversar para discutir Pernambuco, mas não discutir política. Até porque já ficou muito claro que a governadora já fez a opção dela e nós fizemos a nossa, e acreditamos que o melhor caminho que temos para seguir é com o prefeito João Campos caso ele seja pré-candidato ao governo do estado".

Ele também criticou a postura do governo de Pernambuco diante das tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, que afetam fortemente o Vale do São Francisco. Segundo ele, o impacto é especialmente grave para produtores de frutas.

“Açúcar é menos mal porque você consegue estocar e esperar esse problema resolver. Fruta, depois que você colhe, em especial a manga, você tem uma janela de 15 a 25 dias para ser consumida, senão é lixo", apontou.

"Já tem mais de 30 dias do anúncio e mais de uma semana que está em vigor, e a gente vê uma inércia e um silêncio do governo do estado, jogando essa responsabilidade só para o governo federal. Você tem 20% da nossa produção destinada exclusivamente ao mercado americano. Estamos falando de um impacto de mais de R$ 400 milhões na economia pernambucana, só na questão da uva e da manga. Aí eu pergunto: o que o governo do estado anunciou ou se preocupou em fazer? Até agora, nada", disparou.

Miguel também comparou a atuação de Pernambuco com soluções encontradas por estados como Ceará, Goiás, São Paulo e Rio de Janeiro.

"Um governo do estado que enche o peito para dizer que tem bilhões e bilhões dentro do caixa, será que não tem a possibilidade ou sensibilidade de ofertar qualquer tipo de apoio ao Vale do São Francisco que pode ter a safra prejudicada?”, questionou.

Tião Siqueira / JC Imagem
Miguel Coelho participou do videocast Cena Política, do JC Play, em chamada de vídeo direto de Petrolina - Tião Siqueira / JC Imagem

Disputa pelo Senado em 2026 

Miguel também reafirmou que é pré-candidato ao Senado nas eleições de 2026, e disse que a candidatura é prioridade para a direção do União Brasil, revelando que conta com apoio de importantes lideranças nacionais.

“É uma prioridade do nosso partido e conta com apoio do nosso presidente nacional, Antônio Rueda, do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, de outras lideranças importantes, o que nos anima. Mas entendo que uma pré-candidatura majoritária não pode representar o interesse de um partido, tem que fazer parte de um conjunto partidário, de um projeto político de uma maioria que represente os anseios da população”, declarou.

O ex-prefeito ressaltou a força da federação União Progressista, que ligou o União Brasil ao PP. Segundo ele, o grupo “a maior força política do Brasil” e está credenciada para buscar resultados expressivos nas urnas. “Queremos fazer um número próximo a 8 ou 9 deputados federais, e a maior bancada na Assembleia de pelo menos 16 a 17 deputados estaduais, além do Senado Federal".

Ele também comentou a disputa interna entre ele e Eduardo da Fonte, presidente estadual do PP e também interessado em disputar o Senado. "Toda decisão precisa ser tomada de forma unânime, em que os dois lados concordem. De forma muito pacífica, a gente haverá de ter muito mais convergência do que divergência interna. O que queremos, tanto eu quanto Dudu, é acreditar em projetos viáveis”.

Miguel, porém, evitou fazer avaliações de outros nomes colocados na disputa pelo Senado, mas destacou que o cargo exige preparo.

“Precisamos em qualquer cargo público de pessoas que tenham pulso, gestão e reconhecimento. De todos os pré-candidatos que estão colocados, eu sou o único que fui prefeito e tive que enfrentar problemas na pandemia, de saneamento, de escola, de água… isso me dá experiência que outros não têm, mas isso caberá ao eleitor", avaliou.

Tião Siqueira / JC Imagem
Miguel Coelho participou do videocast Cena Política, do JC Play, em chamada de vídeo direto de Petrolina - Tião Siqueira / JC Imagem

Avaliação do governo Lula

Sobre o governo federal, Miguel evitou conclusões definitivas, mas apontou preocupação com os rumos da administração do presidente Lula, que na última quinta-feira esteve ao lado de João Campos em palanque no Recife.

"Está todo mundo um pouco preocupado e até decepcionado com algumas pautas. Juros a 15%, isso acaba com a produtividade, com o crescimento econômico. Cada vez mais impostos surgindo e a alíquota crescendo. Isso afeta diretamente a mão de obra. Em Pernambuco, temos mais pessoas assistidas por programas sociais do que com carteira assinada, e tem vagas de emprego ociosas e vazias.

Miguel também comentou sobre a possibilidade de o União Brasil lançar candidato à presidência em 2026 e elogiou a gestão de Ronaldo Caiado (União Brasil) em Goiás.

“Respeito a pré-candidatura do governador Caiado, primeiro pela obra que fez em Goiás. Agora, sobre a articulação política, ela tem que representar um conjunto de ideias", disse Miguel, citando outros nomes que poderiam representar a centro-direita no país.

"Tem outros nomes colocados, como Ratinho Júnior, Tarcísio de Freitas. Entendo até que uma convergência desses nomes para apresentar ao Brasil uma solução a essa polarização, que termina muito mais atrapalhando do que ajudando, seja um caminho mais natural.”

Por fim, o dirigente elogiou a condução nacional do partido sob o comando de Antônio Rueda. “O nosso presidente Antônio Rueda teve muita habilidade, paciência e tranquilidade para, ao tempo certo, reparar todas as arestas que a gestão anterior causou a nível nacional. Hoje temos um partido mais coeso", finalizou.

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