US$ 14 mil apreendidos na casa de Bolsonaro era para "possível viagem", diz ex-presidente
Bolsonaro alegou ainda que tornozeleira é "humilhante"; ação foi autorizada por Moraes sob a justificativa de obstrução de Justiça

Clique aqui e escute a matéria
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi alvo de uma operação de busca e apreensão da Polícia Federal (PF) em sua casa em Brasília, na manhã desta sexta-feira (18), que resultou na apreensão de US$ 14 mil em espécie.
Na mesma decisão que autorizou a ação, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, impôs uma série de novas e severas medidas cautelares contra o ex-presidente, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica.
Em entrevista à Rádio BandNews FM, Bolsonaro afirmou que o dinheiro encontrado era para uma "possibilidade de uma viagem" e negou qualquer plano de fuga. "Você não vai fugir apenas com 14 mil dólares. Estou com passaporte apreendido há dois anos", disse ele.
A ação da PF foi autorizada por Moraes sob a alegação de que Bolsonaro tem atuado para dificultar o andamento do processo que apura a tentativa de golpe de Estado, o que poderia caracterizar crimes como obstrução de Justiça e coação no curso do processo.
As novas restrições a Bolsonaro
Por ordem do ministro, o ex-presidente agora está submetido às seguintes medidas:
- Uso de tornozeleira eletrônica.
- Proibição de acessar as redes sociais.
- Recolhimento domiciliar das 19h às 7h e durante os fins de semana.
- Proibição de se comunicar com outros investigados e com diplomatas estrangeiros.
"É humilhante, é degradante. Tenho vergonha de dizer que estou com uma tornozeleira. Vergonha por eles", declarou Bolsonaro sobre o monitoramento eletrônico.
Outras declarações
Na entrevista, o ex-presidente negou ter medo de ser preso, mas se disse vítima de uma injustiça. Ele também criticou a proibição de usar as redes sociais, afirmando que a medida visa retirá-lo do processo político de 2026. Apesar de estar inelegível, ele manteve o discurso de pré-candidato: "Por enquanto, sou candidato".
Bolsonaro também negou qualquer envolvimento seu ou de seu filho Eduardo na crise das tarifas impostas ao Brasil pelo ex-presidente americano Donald Trump. "Eu e o Eduardo não temos nada a ver com essa questão do tarifaço", afirmou.
(Com informações do Estadão Conteúdo).