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EUA abrem investigação contra Brasil por 'práticas comerciais injustas' a mando de Trump

Inquérito mira políticas do Brasil para redes sociais, etanol e desmatamento; medida pode ser usada para justificar a aplicação de novas sanções

Por Túlio Feitosa Publicado em 15/07/2025 às 22:32

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O governo dos Estados Unidos elevou a pressão sobre o Brasil na noite desta terça-feira (15), ao anunciar a abertura de uma investigação formal sobre as práticas comerciais do país. A medida, ordenada pelo presidente Donald Trump, pode ser o passo que antecede a aplicação de novas e duras sanções econômicas.

A investigação será conduzida pelo Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR) sob a "Seção 301", uma lei americana usada para responder a práticas estrangeiras consideradas "injustas" ou "discriminatórias".

O objetivo, segundo o comunicado oficial, é determinar se as políticas brasileiras "oneram ou restringem o comércio dos EUA".

A apuração focará em seis áreas principais:

  • Comércio digital e a forma como o Brasil lida com as redes sociais americanas.
  • Supostas tarifas preferenciais injustas concedidas a outros parceiros comerciais.
  • Aplicação de leis anticorrupção.
  • Proteção da propriedade intelectual.
  • Barreiras à importação do etanol americano.
  • Alegada falha no combate ao desmatamento ilegal, o que, segundo os EUA, prejudica seus produtores.

Em nota, o representante comercial americano, Jamieson Greer, citou diretamente os "ataques do Brasil às empresas americanas de mídia social" como uma das motivações para o inquérito, ligando a investigação comercial às recentes decisões do Judiciário brasileiro sobre o tema.

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Relembre o que já foi decidido por Trump sobre as tarifas de 50% sobre o Brasil

A abertura desta investigação formal é a mais recente escalada na crise comercial iniciada na semana passada. Na última quarta-feira (9), o presidente Donald Trump anunciou sua intenção de impor uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para os EUA, com entrada em vigor prevista para 1º de agosto.

Na ocasião, Trump justificou a medida citando o que chamou de "caça às bruxas" no processo judicial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e as decisões do STF contra apoiadores do ex-aliado e redes sociais.

O governo brasileiro, através do presidente Lula, reagiu prontamente, afirmando que o país "não aceitará ser tutelado" e que responderia com base na Lei de Reciprocidade Econômica.

Com a nova investigação, o governo americano agora estabelece um processo formal que pode ser usado para dar base legal à aplicação dessas tarifas. O USTR informou que buscará consultas com o governo brasileiro e realizará uma audiência pública sobre o caso em 3 de setembro.

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