Governo Trump reforça ameaça a Lula e Moraes sobre "ataques" a Bolsonaro: "Estaremos acompanhando de perto"
Comunicado foi publicado pelo perfil oficial da Subsecretaria de Diplomacia Pública, ligada ao Departamento de Estado dos Estados Unidos

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O governo dos Estados Unidos voltou a ameaçar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em comunicado publicado nas redes sociais pelo gabinete do subsecretário de Estado para Diplomacia Pública no início da noite desta segunda-feira (14).
De acordo com o comunicado norte-americano, o presidente dos EUA Donald Trump está "acompanhando de perto" o governo Lula e o STF, a quem responsabiliza por "ataques" ao ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro (PL), ao comércio com os Estados Unidos e à liberdade de expressão.
"Tais ataques são uma vergonha e estão muito abaixo da dignidade das tradições democráticas do Brasil", diz a nota.
O comunicado representa uma reafirmação de postura do governo norte-americano, após a imposição de tarifas de 50% a produtos brasileiros, anunciado na última quarta-feira (9) e que devem entrar em vigor no dia 1º de agosto.
Ainda de acordo com a subsecretaria de Estado para Diplomacia Pública dos Estados Unidos, o governo Trump "impôs consequências há muito esperadas" contra o STF e ao governo Lula, citando a carta endereçada ao governo brasileiro na última semana.
Lula assina decreto que regulamenta Lei da Reciprocidade, em resposta a Trump
Em resposta às medidas impostas pelo governo norte-americano, Lula assinou na noite desta segunda-feira o decreto que regulamenta a Lei da Reciprocidade.
No decreto, ficam estabelecidos os procedimentos que deverão ser adotados para a aplicação da lei, além de criar um comitê, que será formado por representantes do governo e empresários, com o objetivo de discutir o tarifaço.
Nesta segunda-feira, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que o decreto não cita nominalmente os Estados Unidos, mas destacou os efeitos da medida.
"A lei autoriza o executivo a adotar medidas de proteção do país quando medidas extemporâneas e extraordinárias forem adotadas de forma unilateral por outros países do Brasil. E, por isso, a denominação reciprocidade pode responder de um formato também rápido se outro país fizer medidas semelhantes a essa que foi anunciada pelos Estados Unidos. Então, o decreto não fala de país, não", afirmou.
A Lei da Reciprocidade foi aprovada em abril deste ano pelo Congresso Nacional. Antes da aprovação, não havia mecanismo que garantisse ao governo uma retaliação a outro país em caso de medidas como o tarifaço, tendo como única saída a possibilidade de recurso pela Organização Mundial do Comércio (OMC).
Confira o comunicado na íntegra abaixo:
"O presidente Trump enviou uma carta impondo consequências há muito esperadas ao Supremo Tribunal de Moraes e ao governo Lula por seus ataques a Jair Bolsonaro, à liberdade de expressão e ao comércio com os EUA.
Tais ataques são uma vergonha e estão muito abaixo da dignidade das tradições democráticas do Brasil.
As declarações do presidente Trump são claras. Estaremos acompanhando de perto."