Eduardo Bolsonaro x Tarcísio: Disputa pela sucessão de Bolsonaro em 2026 opõe estratégias
Governador de SP busca negociar para evitar danos à economia, enquanto filho do ex-presidente quer usar crise para pressionar por anistia.

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A crise comercial com os Estados Unidos, deflagrada pela ameaça de tarifas do presidente Donald Trump, expôs uma profunda divisão na direita brasileira.
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) atacou publicamente, nesta terça-feira (15), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por se reunir com empresários e representantes da embaixada americana para negociar uma saída para o impasse.
Em uma postagem na rede social X, Eduardo Bolsonaro classificou a postura do governador como "subserviência servil as elites". O embate revela duas estratégias conflitantes sobre como o grupo político bolsonarista deve reagir à crise.
Estratégia 1: Anistia como prioridade
Para Eduardo Bolsonaro e seus aliados, a crise das tarifas, que ele apelidou de "Tarifa Moraes", é uma consequência de ações do STF. Portanto, o foco não deveria ser a negociação econômica, mas sim usar a pressão externa para exigir uma anistia "ampla, geral e irrestrita" para seu pai, Jair Bolsonaro, e para os demais envolvidos na trama golpista de 2022 e nos atos de 8 de Janeiro.
Nessa visão, ao tentar negociar com os americanos, Tarcísio estaria enfraquecendo essa estratégia de pressão.
Estratégia 2: Proteção da economia
Tarcísio de Freitas, por outro lado, adota uma abordagem pragmática. Ele tem se movimentado para abrir um canal de diálogo com o governo americano, apresentando dados técnicos para reverter a medida e evitar prejuízos à indústria e ao agronegócio, especialmente em São Paulo.
O governador busca responsabilizar a diplomacia do governo Lula pela crise e se posiciona como um gestor focado em resultados econômicos, uma postura que agrada ao empresariado e a partidos do Centrão.
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Disputa por 2026
O pano de fundo da briga pública é a disputa pela herança política de Jair Bolsonaro e a candidatura à Presidência em 2026. Tarcísio é hoje o nome mais forte da direita e o preferido do mercado, enquanto Eduardo busca se consolidar como o sucessor natural do pai.
A decisão final caberá a Jair Bolsonaro, que, segundo interlocutores, acompanha as pesquisas de perto. O senador Flávio Bolsonaro já indicou que o apoio do pai estará condicionado a um compromisso com um futuro indulto presidencial.
(Com informações do Estadão Conteúdo).