Sabatina do administrador de Noronha está ainda mais distante após novo imbróglio na Alepe
Visita do presidente do Conselho Distrital de Noronha no plenário da Alepe gerou desconforto. Audiência pública foi marcada, mas pode não acontecer.

A presença de representantes do Conselho Distrital de Fernando de Noronha na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), na última terça-feira (13), gerou desconforto entre alguns parlamentares e deixou ainda mais distante a presivão de sabatina do novo administrador do arquipélago na Casa de Joaquim Nabuco.
Recebido pela deputada e líder do governo Socorro Pimentel (União Brasil), o presidente do conselho, Milton Luna, apresentou aos parlamentares um ofício solicitando celeridade na sabatina do advogado Virgílio Oliveira. O documento foi assinado pelo presidente da Casa, Álvaro Porto (PSDB), no plenário, na presença de Milton e de Socorro.
Contudo, em conversa com a imprensa, Milton Luna afirmou que a morosidade na análise da matéria teria motivação política, e não descartou a possibilidade de judicializar o caso. Porto não gostou da declaração e disse que Milton teria acessado a acessado o plenário sem autorização, gerando mal estar.
Ao Jornal do Commercio, Milton Luna negou que tivesse adentrado no plenário sem autorização. "Fiquei aguardando até ser chamado, quando a deputada Socorro veio e eu entrei com ela. Fui muito bem recebido, o presidente me recebeu muito bem. Todos os deputados me cumprimentaram", declarou.
Nesta quarta, Socorro Pimentel divulgou uma nota em defesa de Luna. "É absolutamente inverídica qualquer insinuação de que o presidente do Conselho tenha adentrado o plenário de forma inadequada ou sem autorização. Milton Luna esteve, do início ao fim, sob minha companhia, e foi respeitosamente acolhido por todos os parlamentares presentes, incluindo o próprio presidente da Casa. O ambiente foi, em todo momento, de cordialidade, civilidade e respeito institucional", declarou a líder do governo.
Audiência pública ameaçada
O presidente do Conselho Distrital também convidou parlamentares para uma audiênica pública em Fernando de Noronha para discutir os problemas dos ilhéus e, claro, o avanço na sabatina de Virgílio Oliveira.
O encontro foi marcado para o dia 28 de maio. Ou seja, a discussão sobre o novo administrador se estenderia por, pelo menos, mais 15 dias, levando a sabatina a ocorrer somente em junho, ultrapassando os 120 dias de vacância no cargo.
O deputado Wademar Oliveira (PSB), relator da matéria na comissão de Constituição, Legislação e Justiça (CCLJ), seria um dos participantes da audiência, mas cancelou a viagem após a visita de Luna. Além dele, também participariam Edson Vieira (União Brasil) e João Paulo (PT).
Waldemar alegou que a presença do presidente do conselho na Alepe teve o objetivo de pressionar os parlamentares sobre a pauta, e gerou desconforto.
João Paulo, por sua vez, afirmou que mantém a audiência e que não foi informado sobre um possível cancelamento do encontro. "Acredito que, para desmarcar, teria que ser decisão da CCLJ", disse o parlamentar.
Milton Luna declarou que também não foi comunicado sobre um suposto cancelamento da audiência, e informou que o conselho está aberto para receber os parlamentares.
"É um direito do deputado, mas não recebi nada oficial. Estou chamando eles lá para discutir assuntos do interesse da ilha, sobre infraestrutura, segurança, a PEC [que prevê eleição direta para o cargo de administrador, de autoria de Waldemar]... mas o conselho será sempre um parceiro da Assembleia", disse Luna.
Ele acrescentou que o arquipélago já passou "tempo demais" sem um administrador geral. Desde o dia 8 de abril, a ilha está sob gestãodo adjunto Aglailson Neto.
"A gente nunca teve na história de Noronha uma demora tão grande para escolher o administrador. Isso prejudica a ilha porque o comandante não está ali. O administrador tem essa função de orientar, de decidir, tudo depende dele", finalizou Milton Luna.
Enquanto isso, a sabatina segue dependendo de colocação em pauta na CCLJ, presidida pelo deputado Alberto Feitosa (PL), que várias vezes já declarou não ter pressa em pautar o texto. Em contrapartida, ele segue cobrando a governadora Raquel Lyra (PSD) pelo pagamento das emendas parlamentares atrasadas de 2024.
A Alepe também está com pautas travadas desde a última quinta-feira a pedido da base governista, que exigiu urgência na sabatina e na aprovação do empréstimo de R$ 1,5 bilhão. A procuradoria da Casa declarou que o presidente Álvaro Porto tem poder para pautar as matérias quando quiser.
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