LEGISLATIVO | Notícia

Base governista acredita em destravamento de pautas da Alepe ainda nesta semana

Pauta está travada desde a semana passada, após os aliados da governadora pedirem urgência na votação de pautas represadas pela oposição

Por Rodrigo Fernandes Publicado em 12/05/2025 às 13:17 | Atualizado em 12/05/2025 às 13:20

Os deputados da base do governo Raquel Lyra estão esperançosos de que as matérias apresentadas pela gestão estadual sejam votadas ainda nesta semana e que a pauta da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) seja destravada.

As pautas da Alepe estão travadas desde a última quinta-feira (7), após a deputada governista Débora Almeida (PSDB) cobrar urgência na votação do pedido de empréstimo de R$ 1,5 bilhão e na realização da sabatina do novo administrador de Fernando de Noronha.

Segundo a parlamentar, o represamento das pautas nas comissões iniciais, capitaneadas pela oposição, descumpriram o prazo constitucional de apreciação. Ela protocolou o pedido junto à Procuradoria-Geral da Alepe.

O presidente da Casa, Álvaro Porto (PSDB), aprovou o pedido e travou a votação de novas matérias até que esses textos sejam colocados na ordem do dia. Até lá, nenhum projeto pode passar na frente. Agora, a Procuradoria-Geral da Casa deve emitir um parecer determinando a colocação dos textos em pauta.

Nesta segunda-feira, a deputada Socorro Pimentel (União Brasil), líder do governo na Assembleia, afirmou ao Jornal do Commercio que espera essa resposta da procuradoria ainda nesta semana.

“Eles [da procuradoria] trabalham nisso desde quinta-feira, mas eu acho que esta semana eles devem dar um retorno. A partir desse retorno deles, a bancada do governo espera que o presidente coloque em pauta, porque já se passaram todos os prazos regimentais e legais”, disse a parlamentar.

Artur Borba / JC Imagem
Deputados governistas e oposicionistas debatem tensão entre Governo e Legislativo na Rádio Jornal - Artur Borba / JC Imagem

Divisão do empréstimo

O agravamento da crise entre Legislativo e Executivo por causa da tramitação das pautas apresentadas pelo governo estadual foi tema do Debate da Rádio Jornal desta segunda-feira (12). O programa recebeu dois deputados governistas e dois oposicionistas.

O líder da oposição, Diogo Moraes (PSB), criticou o número de projetos colocados em pauta em regime de urgência pelo governo.

“O governo passado só colocou 42% dos projetos em regime de urgência. Este governo, no ano passado colocou 92% e neste ano, 100%. Todos os projetos foram apresentados em regime de urgência. Só passamos dois dias dos prazos regimentais dos projetos em discussão, e ainda estão em discussão dentro das comissões”, argumentou.

O deputado Antônio Coelho (União Brasil), autor do projeto que dividiu o empréstimo de R$ 1,5 bilhão para destinar metade aos municípios, repetiu o argumento de que a medida é municipalista e de que o governo já tem outros empréstimos ativos. “Eu tenho a impressão de que o governo poderia dar mais celeridade para fazer entregas para a população”, apontou.

Débora Almeida afirmou que não existe a possibilidade de dividir o empréstimo e criticou a forma de divisão. Dea cordo com o projeto, o valor seria repartido igualmente entre os municípios, resultando em R$ 4 milhões para cada cidade.

“Não existe essa previsão de você contratar um empréstimo e dividir. Um financiamento é definido com um objeto muito claro”, declarou a tucana.

Socorro Pimentel também defendeu a aprovação do texto original do empréstimo. "Antes de haver esse empréstimo junto com a instituição financeira, houve um planejamento da governadora, ela ouviu prefeitos, as pessoas de cada região. Esse substitutivo apresentado pelo deputado não tem base legal e prejudica o planejamento do governo do estado”.

Emendas parlamentares

Em relação ao atraso no pagamento das emendas parlamentares de 2024, o oposicionista Diogo Moraes afirmou que espera reciprocidade do governo sobre essa questão para avançar as pautas governistas na Alepe.

“Obviamente fazemos cobranças e há morosidade no pagamento das emendas. Mas as emendas são de todos os deputados. O que nós defendemos é que tem que se pagar, que precisa ter celeridade e eficiência”.

Débora Almeida rebateu. “As emendas de transferência especial, a governadora pagou 100% desse valor porque é um processo mais simples. E aí a gente tem diversas emendas que ainda estão pendentes de aprovação porque ainda não foram apresentados os documentos para aprovação do plano de trabalho. Não é automática a passagem desse recurso para as entidades ou municípios que foram indicados”.

Assista ao Debate da Rádio Jornal

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