Haddad defende mais imposto para 'bets' e compara setor ao de cigarro e bebida
Ministro busca tom conciliador sobre impasse do IOF, fala em audiência no STF, e se diz confiante na aprovação da nova isenção do Imposto de Renda

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Com Agência Brasil.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu enfaticamente, nesta terça-feira (8), uma maior taxação sobre as empresas de apostas online, as "bets". Em entrevista, ele fez uma comparação dura, afirmando que o setor deveria ser tratado com o mesmo rigor fiscal aplicado às indústrias de cigarro e bebidas alcoólicas.
Haddad criticou o governo anterior por, segundo ele, não ter cobrado impostos do setor por quatro anos.
"Os caras estão ganhando uma fortuna no Brasil, gerando muito pouco emprego, mandando para fora o dinheiro arrecadado aqui, e que vantagem a gente leva?", questionou o ministro, defendendo a necessidade de "enquadrar esse setor de uma vez por todas".
Ele justificou a busca por novas receitas como parte do esforço do governo para obter "resultados fiscais robustos" e garantir o crescimento da economia, e acusou setores de tentarem "sabotar o crescimento econômico do país a troco da eleição do ano que vem".
Impasse do IOF e diálogo com o Congresso
Sobre a recente crise com o Congresso por causa do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), Haddad buscou um tom conciliador, afirmando que o embate não pode ser encarado como um "Fla x Flu".
"Esse Fla-Flu não interessa a ninguém. Prefiro pensar institucionalmente", disse ele ao portal Metrópoles.
O ministro comentou a última decisão sobre o caso: o ministro do STF, Alexandre de Moraes, suspendeu tanto o decreto do governo que aumentava o imposto quanto o decreto do Congresso que o derrubava. Para resolver o impasse, Moraes marcou uma audiência de conciliação entre Executivo e Legislativo para o próximo dia 15 de julho.
Haddad afirmou que não vai brigar com o Congresso e que deve se reunir em breve com o presidente da Câmara, Hugo Motta.
"Ele é um poder institucional e o Brasil depende da boa condução dos trabalhos dele. [...] Nunca saí de uma mesa de negociação. E só saio com acordo", declarou.
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Otimismo com o Imposto de Renda
O ministro também se mostrou otimista com a aprovação do projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Ele informou que o relator da proposta, o deputado Arthur Lira, tem se reunido frequentemente com o governo.
"Eu acredito que esse projeto será aprovado com larga margem de apoio", falou.