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Morte de Esther: DNA de menina no quarto de suspeito esclareceu crime em São Lourenço da Mata

Perícias no imóvel onde corpo da criança foi encontrado foram fundamentais para conclusão do inquérito. Dois suspeitos foram indiciados

Por Raphael Guerra Publicado em 05/12/2025 às 13:40

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A Polícia Civil afirmou, nesta sexta-feira (5), que uma mancha de sangue encontrada no quarto do suspeito de matar a menina Esther Isabelly Pereira da Silva, de 4 anos, foi uma das principais provas para esclarecer o crime ocorrido em São Lourenço da Mata, no Grande Recife. A hipótese de abuso sexual foi descartada. 

Fernando Santos de Brito, de 31 anos, foi indiciado por homicídio e ocultação de cadáver. "O local [quarto] foi lavado, mas com uso de luminol [reagente químico] conseguimos localizar o sangue. E quando botamos no Instituto de Genética Forense, descobrimos que era de Esther. Ela morreu com uma pancada na cabeça", explicou a delegada Juliana Bernat, titular da 10ª Delegacia de Homicídios. 

Segundo testemunhas, Esther brincava com o irmão em um campo próximo de casa, no bairro do Pixete, quando foi levada por um homem na tarde de 20 de outubro. Buscas foram realizadas, até que o corpo foi encontrado na cacimba da residência do suspeito no dia seguinte ao desaparecimento.

A delegada declarou que manchas de sangue na parede também foram analisadas pela perícia. Os exames revelaram que as digitais eram de Fernando. Ele está preso preventivamente desde que o corpo foi encontrado na casa - praticamente destruída pela população revoltada. 

Contradições no depoimento de Fernando, em relação a horários, também contribuíram para o indiciamento dele. Enquanto o suspeito disse que havia ido para a casa da mãe no horário do desaparecimento de Esther, testemunhas contaram que viram ela sendo levada para a casa dele. 

SEGUNDO INDICIAMENTO

A companheira dele, Uilma Ferreira dos Santos, 33, também foi indiciada por ocultação de cadáver. A polícia identificou que ela fez uma faxina na residência onde o crime foi praticado na tentativa de apagar provas. Ela também está presa preventivamente. 

"Desde o início, ela insiste em afirmar que não entrou no quarto do Fernando. Mas ela se desfaz dos móveis e ajuda Fernando a sair dali após o crime", contou a delegada. 

A polícia não conseguiu concluir qual teria sido a motivação do crime. Mas descobriu que Fernando estaria sob efeito de drogas e álcool. 

"Fernando estava extremamente drogado e embriagado. Quando ele estava nessa situação, agredia Uilma também. Agora, o que levou ele a levar a menina, só ele mesmo pode esclarecer", afirmou Juliana Bernat. 

A hipótese de crime sexual contra a menina foi descartada. "Quando chegou laudo sexológico, descobrimos que não havia nenhuma lesão sexual", confirmou a delegada. 

Um terceiro suspeito, que chegou a ser preso, não foi indiciado. Para a polícia, ele não teve participação no crime e, em depoimentos, falou a verdade. "Ele não estava em casa, saiu para trabalhar. Ele só chega em casa por volta das 18h. E a situação toda já tinha acontecido", disse a delegada. 

O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE), que vai decidir se concorda com o resultado ou se pede novas diligências.


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