Mãe de Esther Isabelly conta que entrou na casa dos suspeitos para procurar a filha no dia em que ela desapareceu
Fernanda diz que chegou a abrir a cacimba, mas que até aquele momento não tinha nada. A casa estava bagunçada e com objetos jogados pelo chão
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Bastante abalada, Fernanda Pereira, mãe de Esther Isabelly Pereira da Silva, de 4 anos, contou nesta quinta-feira (23), que entrou na casa dos suspeitos no mesmo dia em que a filha desapareceu. Era por volta das 17h30 da segunda (20), quando ela decidiu bater na porta da casa, depois que o filho Arthur, de 7 anos, contou que um homem levou a menina e entrou com ela naquela residência. O corpo de Esther seria encontrado no dia seguinte, dentro de uma cacimba, no mesmo endereço, em São Lourenço da Mata, no Grande Recife.
“Bati, aí um dos acusados abriu, chegou no portão. Aí eu falei: ‘Olhe, eu quero entrar aí e quero a minha filha. Aqui, meu menino Arthur viu um rapaz indo para aí com a minha menina, entrando na casa.’ Aí ele fez: ‘É porque a minha mulher está transtornada. Eu vou ali falar com ela’”, relatou Fernanda.
“Quando ele voltou, ele abriu e eu entrei. Mas não tinha ninguém. Não tinha mulher. Não tinha esposa, não tinha nada. A casa estava bagunçada, um guarda-comida derrubado, uma cama box velha. Eu levantei até um pouquinho para ver se ela estava embaixo, olhei debaixo da cama. Cheguei a olhar a cacimba, mas até aquela hora não tinha nada. Foi no mesmo dia em que ela desapareceu. Ela desapareceu na segunda-feira”, contou.
Fernanda lembra que também chegou a olhar a outra casa conjugada, usada pelos mesmos suspeitos. “Fui na outra e entrei também. Não tinha nada dela. Acho que ela já estava desmaiada, porque eu ainda chamei o nome dela: ‘Esther, Esther, filha, Esther’. Mas nada. Ele fez isso depois que eu saí”, chora.
“Eu tenho pra mim que, de madrugada, quando a favela acalmou, ele pegou a menina e fez aquela desgraceira toda", diz o pai de Ether, Inaldo Santos, inconsolável.
CRISE DE ANSIEDADE
Inaldo está em colapso emocional, diante da tragédia com a sua única filha. Nesta segunda-feira (23), ele teve uma crise de ansiedade e precisou ser atendido na UPA de São Lourenço da Mata. Foi medicado e passa bem.
Histórico do caso Esther Isabelly
A menina Esther Isabelly, de 4 anos, desapareceu na tarde da segunda-feira (20), enquanto brincava com o irmão de 7 anos no Campo do Pixete, a poucos metros de casa, em São Lourenço da Mata, no Grande Recife.
A notícia do sumiço rapidamente mobilizou a comunidade, que se uniu nas buscas e realizou protestos para cobrar respostas das autoridades. Moradores chegaram a percorrer ruas e áreas de matagal próximos, numa tentativa desesperada de encontrar a criança.
Caso Esther: A história da menina que comoveu Pernambuco e um crime ainda sem respostas
Corpo foi encontrado a 77 metros da casa
A busca terminou tragicamente na terça-feira (21), quando o corpo de Esther foi localizado dentro de uma cacimba em uma residência na mesma rua onde a menina morava — a apenas 77 metros de distância.
O corpo apresentava sinais de espancamento. O sepultamento ocorreu na quarta-feira (22), no Cemitério de São Lourenço da Mata, acompanhado por uma multidão de moradores em comoção, que pediam justiça pela morte da menina.
Suspeitos estão presos
A Justiça decretou a prisão preventiva dos dois homens suspeitos de envolvimento no crime: Fernando Santos de Brito, de 31 anos, e Fabiano Rodrigues de Lima, de 28. Eles foram autuados em flagrante por ocultação de cadáver.
A audiência de custódia foi realizada na quarta-feira (22), no Fórum de Jaboatão dos Guararapes. A dupla, que nega as acusações, foi encaminhada ao Centro de Observação e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, e deve ser transferida para o Presídio de Itaquitinga, na Mata Norte, conforme informou o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).
Investigação segue em andamento
A Polícia Civil continua com as investigações para confirmar se os suspeitos também foram responsáveis pelo homicídio da criança e para esclarecer se houve violência sexual.