Namorado de advogada morta após acidente de barco deve prestar depoimento na próxima semana

Advogado disse que o médico Seráfico Pereira Cabral Junior, 55, está internado com infecção em um hospital particular. Polícia e Marinha apuram o caso

Por Raphael Guerra Publicado em 26/06/2025 às 17:15

O namorado da advogada Maria Eduarda Carvalho de Medeiros, de 38 anos, morta após acidente de barco na praia de Suape, no Cabo de Santo Agostinho, Grande Recife, deve prestar depoimento à polícia na próxima semana. A informação foi repassada à coluna Segurança pela defesa dele nesta quinta-feira (26). 

Segundo o advogado Ademar Rigueira, o médico urologista Seráfico Pereira Cabral Junior, 55, está internado com infecção e lesões nas pernas em um hospital particular. "Mas está controlado agora", disse.

O acidente com o veleiro aconteceu na tarde do último sábado (21). No barco estavam Seráfico, Maria Eduarda e a cadela dela. O médico teria nadado cerca de três horas até a costa, onde foi socorrido por equipes do Corpo de Bombeiros. Já o corpo da advogada foi encontrado três dias depois, na praia de Calhetas, também no Cabo. 

No mesmo dia, a Polícia Civil cumpriu um mandado de busca e apreensão domiciliar na casa de Seráfico, no bairro da Jaqueira, Zona Norte do Recife. Conforme revelado pela coluna, a ordem judicial determinou a apreensão de celulares, computadores e outros dispositivos eletrônicos. 

A investigação, que está sendo conduzida sob sigilo, apura a suspeita de que o médico não tinha habilitação para pilotar o barco e que também não havia coletes salva-vidas. 

Além da investigação conduzida pela Polícia Civil, um inquérito sobre Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN) foi instaurado pela Capitania dos Portos de Pernambuco para apurar as circunstâncias e causas do naufrágio.

Antes do passeio que terminou em tragédia, o casal estava hospedado em um condomínio de Muro Alto, onde o médico tem um flat. Eles só retornariam ao Recife no dia seguinte. 

CORPO SEM PREVISÃO DE CREMAÇÃO

Na quarta-feira, a justiça negou o pedido da família para que o corpo da advogada passasse pelo processo de cremação. Houve apenas um velório no Cemitério Morada da Paz, em Paulista. 

Na decisão, a juíza Danielle Christine Silva Burichel argumentou que o atestado de óbito apontou como causa da morte a "asfixia mecânica por afogamento", mas o laudo tanatoscópico, produzido por médico legista do Instituto de Medicina Legal (IML) ainda não foi finalizado e entregue à polícia. 

"A ausência do laudo pericial tanatoscópico nos autos impede a formação de convicção plena quanto à desnecessidade de preservação do corpo para fins investigativos, especialmente considerando a instauração de inquérito policial para apurar as circunstâncias da morte", disse trecho da decisão.

O resultado do laudo do IML demora, em média, dez dias para ser entregue. 

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