Sem laudo do IML, juíza proíbe cremação do corpo de advogada morta em naufrágio em Suape

Pedido da família foi negado porque investigação está em andamento e outros exames podem vir a ser necessários no corpo de Maria Eduarda Carvalho

Por Raphael Guerra Publicado em 25/06/2025 às 22:41

A justiça negou o pedido da família para que o corpo da advogada Maria Eduarda Carvalho de Medeiros, de 38 anos, morta após acidente de barco na praia de Suape, no Cabo de Santo Agostinho, fosse cremado. 

Na decisão, a juíza Danielle Christine Silva Burichel argumentou que o atestado de óbito apontou como causa da morte a "asfixia mecânica por afogamento", mas o laudo tanatoscópico, produzido por médico legista do Instituto de Medicina Legal (IML) ainda não foi finalizado.

"A ausência do laudo pericial tanatoscópico nos autos impede a formação de convicção plena quanto à desnecessidade de preservação do corpo para fins investigativos, especialmente considerando a instauração de inquérito policial para apurar as circunstâncias da morte", disse trecho da decisão, publicada no Diário de Justiça Eletrônico Nacional nesta quarta-feira (25).

INVESTIGAÇÃO DO CASO

A Polícia Civil cumpriu, na terça-feira (24), um mandado de busca e apreensão domiciliar na casa do namorado da advogada, o médico Seráfico Pereira Cabral Junior, 55

A coluna Segurança apurou que a ordem judicial determinou a apreensão de celulares, computadores e outros dispositivos eletrônicos na residência localizada no bairro da Jaqueira, na Zona Norte do Recife. 

A investigação, instaurada pela Delegacia do Cabo de Santo Agostinho, apura a informação de que o médico não tinha habilitação para pilotar a embarcação. Além disso, também não havia coletes salva-vidas no local. 

O acidente aconteceu na tarde do sábado (21). Na lancha estavam Seráfico, Maria Eduarda e a cadela dela. Após o barco virar, o médico teria nadado cerca de três horas até a costa, onde foi socorrido por equipes do Corpo de Bombeiros. 

O corpo de Maria Eduarda foi encontrado na manhã da terça-feira, na praia de Calhetas, também no Cabo de Santo Agostinho. O animal não foi achado. 

De acordo com a Marinha do Brasil, duas embarcações foram utilizadas nas buscas junto com bombeiros e helicópteros do Grupamento Tático Aéreo (GTA), além de apoio da Guarda Municipal do município. 

O casal estava junto havia cerca de seis meses. Segundo familiares, eles seguiam para Muro Alto, onde o médico tem um flat. O retorno aconteceria no último domingo. 

MARINHA DO BRASIL

Além da investigação conduzida pela Polícia Civil, um inquérito sobre Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN) foi instaurado pela Capitania dos Portos de Pernambuco para apurar as circunstâncias e causas do naufrágio.

 

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