Segurança | Notícia

Polícia cumpre mandado na casa de namorado da advogada morta após acidente de barco em Suape

Ordem judicial determinou a apreensão de celulares, computadores e outros equipamentos eletrônicos do médico Seráfico Pereira Cabral Junior

Por Raphael Guerra Publicado em 25/06/2025 às 11:50 | Atualizado em 26/06/2025 às 12:36

A Polícia Civil cumpriu, na terça-feira (24), um mandado de busca e apreensão domiciliar na casa do namorado da advogada Maria Eduarda Carvalho de Medeiros, 38 anos, cujo corpo foi encontrado três dias após o acidente com o barco em que o casal estava, ocorrido na praia de Suape, no Cabo de Santo Agostinho, Grande Recife. 

A coluna Segurança apurou que a ordem judicial determinou a apreensão de celulares, computadores e outros dispositivos eletrônicos na residência do médico Seráfico Pereira Cabral Junior, 55, no bairro da Jaqueira, na Zona Norte do Recife. 

A investigação, instaurada pela Delegacia do Cabo de Santo Agostinho, apura a informação de que o médico não tinha habilitação para pilotar a embarcação. Além disso, também não havia coletes salva-vidas no local. 

O acidente aconteceu na tarde do sábado (21). No veleiro estavam Seráfico, Maria Eduarda e a cadela dela. Após o barco virar, o médico teria nadado cerca de três horas até a costa, onde foi socorrido por equipes do Corpo de Bombeiros. 

O corpo de Maria Eduarda foi encontrado na manhã da terça-feira, na praia de Calhetas, também no Cabo de Santo Agostinho. O animal não foi achado. 

GABRIEL FERREIRA /JC IMAGEM
Corpo de advogada desaparecida após naufrágio foi encontrado na praia de Calhetas - GABRIEL FERREIRA /JC IMAGEM

De acordo com a Marinha do Brasil, duas embarcações foram utilizadas nas buscas junto com bombeiros e helicópteros do Grupamento Tático Aéreo (GTA), além de apoio da Guarda Municipal do município. 

O casal estava junto havia cerca de seis meses. Segundo familiares, eles seguiam para Muro Alto, onde o médico tem um flat. O retorno aconteceria no último domingo. 

Além da investigação conduzida pela Polícia Civil, um inquérito sobre Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN) foi instaurado pela Capitania dos Portos de Pernambuco para apurar as circunstâncias e causas do naufrágio.

JUÍZA PROÍBE CREMAÇÃO DE CORPO DA ADVOGADA

O corpo da advogada foi velado no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, sob forte perplexidade de amigos e familiares pela perda precoce. 

Inicialmente, o corpo seria cremado, mas houve uma decisão judicial proibindo esse processo. A juíza Danielle Christine Silva Burichel argumentou que o atestado de óbito apontou como causa morte "asfixia mecânica por afogamento", mas o laudo tanatoscópico, produzido por médico legista do Instituto de Medicina Legal (IML) ainda não foi finalizado.

"A ausência do laudo pericial tanatoscópico nos autos impede a formação de convicção plena quanto à desnecessidade de preservação do corpo para fins investigativos, especialmente considerando a instauração de inquérito policial para apurar as circunstâncias da morte", disse trecho da decisão, publicada no Diário de Justiça Eletrônico Nacional nesta quarta-feira (25).

Apaixonada pela advocacia, Maria Eduarda tinha especialização em direito contratual pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e, desde 2018, trabalhava num escritório localizado no bairro do Pina, Zona Sul do Recife.

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