Número de casos de síndrome respiratória grave segue elevado em vários estados do País

Mesmo com tendência de queda nacional, boletim da Fiocruz aponta que infecções por influenza A e VSR ainda mantêm taxas altas de hospitalização

Por Maria Letícia Menezes Publicado em 25/07/2025 às 7:43

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Embora os registros de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) apresentem tendência de queda em nível nacional, o cenário continua preocupante em várias regiões do Brasil.

Segundo o novo boletim InfoGripe, divulgado nesta quinta-feira (24) pela Fiocruz, o número de casos permanece alto especialmente entre crianças pequenas e idosos, grupos mais vulneráveis aos vírus em circulação.

O levantamento reúne dados da Semana Epidemiológica 29, entre os dias 13 e 19 de julho, e aponta que a redução nos casos graves está relacionada à queda nas hospitalizações por influenza A e pelo vírus sincicial respiratório (VSR).

No entanto, a situação está longe de ser uniforme: em diversos estados, os indicadores continuam em níveis de alerta ou alto risco.

Crianças pequenas concentram a maioria dos casos

Nas últimas quatro semanas, o VSR foi responsável por mais da metade dos casos positivos de SRAG analisados em laboratório (50,6%), seguido por rinovírus (26,2%) e influenza A (21,2%).

Entre as crianças pequenas, o vírus sincicial continua sendo o principal responsável pelas internações.

A maior incidência nesse grupo etário permanece em praticamente todo o país, com exceção do Amapá, Distrito Federal e Tocantins.

Já entre os idosos, os casos graves estão fortemente associados à influenza A, que responde por 63,2% dos óbitos com diagnóstico laboratorial confirmado no período.

Embora os números estejam em declínio na maior parte dos estados, a taxa de mortalidade entre essa faixa etária continua elevada, sobretudo nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

Covid-19 não apresenta avanço expressivo

Os casos graves de Covid-19 seguem estáveis na maioria dos estados, sem indícios de aumento significativo.

De acordo com a pesquisadora Tatiana Portella, do Programa de Computação Científica da Fiocruz, apenas o Ceará apresentou um leve crescimento nas notificações mais recentes. No Rio de Janeiro, a alta observada anteriormente perdeu força e não se sustentou.

“De qualquer forma, a gente continua recomendando que as pessoas mantenham a vacinação contra a influenza e a Covid-19 em dia. E, para quem mora nos estados com alta de casos de SRAG, a orientação é seguir usando máscara em locais fechados, em unidades de saúde e diante do aparecimento dos sintomas de gripe ou resfriado”, orienta Portella.

Estados mantêm níveis altos de alerta

Entre os estados brasileiros, apenas o Amazonas apresenta tendência de crescimento sustentado nos casos de síndrome respiratória aguda grave nas últimas seis semanas.

O avanço da doença na região tem como principal causa as infecções por vírus sincicial respiratório (VSR), especialmente entre crianças pequenas.

Outras 20 unidades da Federação, além do Distrito Federal, também registram níveis elevados de incidência da SRAG. No entanto, nesses locais, os indicadores permanecem estáveis, sem sinal claro de avançoA situação atinge estados de todas as regiões do país.

No recorte das capitais, apenas Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, mostra sinal de crescimento.

Acumulado em 2025

Desde o início de 2025, o Brasil já registrou 139.323 casos de SRAG. Mais da metade dessas ocorrências tiveram confirmação laboratorial para algum vírus respiratório.

O VSR é o mais frequente entre os casos positivos, seguido por influenza A, rinovírus, Sars-CoV-2 (Covid-19) e influenza B.

Entre os óbitos, a maior parte foi provocada por influenza A, com destaque também para o VSR e o rinovírus como causas relevantes.

Assista ao videocast Saúde e Bem-Estar, do JC, sobre vacinas

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