Protesto: autoescolas fazem ato no Recife nesta quinta-feira (23)
Grupo manifestante saiu da Fábrica Tacaruna, passa pelo Pina e pretende seguir até a Praça da República; interdição das vias é parcial
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Os Centros de Formação de Condutores (CFCs) de Pernambuco realizam um protesto pacífico na manhã desta quinta-feira (23), no Recife, contra as propostas do Governo Federal que preveem a flexibilização das exigências para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Manifestação em vias principais
A concentração começou por volta das 10h, em frente à Fábrica Tacaruna, com saída em direção à Avenida Agamenon Magalhães. O trajeto segue pelo Viaduto Joana Bezerra até o Polo Pina, retornando pela mesma via até o Bompreço Parque Amorim, e depois pela Rua da Soledade e Avenida Conde da Boa Vista.
O objetivo é chegar à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Os manifestantes não pretendem interditar totalmente as vias. O trânsito segue parcialmente liberado, com acompanhamento de equipes de segurança e agentes de trânsito.
Manutenção das autoescolas
O movimento é organizado pelo SindCFC-PE e pelo SINTRAINSTRU-PE, que reivindicam a criação de um grupo de trabalho junto à Secretaria de Relações Institucionais para discutir alternativas que modernizem e desburocratizem o setor sem comprometer a segurança viária ou os empregos.
A mobilização ocorre em reação à proposta do Governo Federal de flexibilizar a formação de condutores, desobrigando aulas teóricas e práticas nas autoescolas.
Segundo o Ministério dos Transportes, a medida busca reduzir custos, que podem chegar a R$ 4.200 em algumas cidades, e formalizar milhões de motoristas que dirigem sem CNH, estimados em 20 milhões no país. A expectativa do governo é que o valor total para tirar a habilitação caia em até 80%.
As entidades do setor, porém, alertam para outros riscos. Ygor Valença, presidente do SindCFC-PE, afirma que a mudança pode aumentar sinistros de trânsito e sobrecarregar o Sistema Único de Saúde (SUS), que gastou R$ 449 milhões apenas em 2024 com vítimas.
"Todos sabemos que esses números [de sinistros de trânsito] decorrem da falta de fiscalização e da ausência de normas claras e eficazes, e não do trabalho dos CFCs", afirma Valença.
Outro ponto levantado é a ameaça a milhares de empregos diretos e indiretos: "aqui em Pernambuco, mais de 8 mil, e a nível nacional, mais de 300 mil trabalhadores que ficarão desempregados", explica Janio Silva, presidente do Sintrainstru-PE, em vídeo publicado nas redes sociais.
Por volta de 13:30, o protesto continuava em andamento nas mediações do Cabanga, mas se encerrou quando os motoristas chegaram às 15h, próximo a Alepe.
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