Estudantes da Erem Frei Orlando lideram iniciativas em ciência e tecnologia na 17ª Viver Ciência
A mostra apresenta 21 projetos sobre "Planeta Água", conectando ciência e cultura oceânica à Semana Nacional de Ciência e Tecnologia
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A Escola de Referência em Ensino Médio (Erem) Frei Orlando, localizada no município de Itambé, na Zona da Mata Norte, realiza nesta quarta (29) e quinta-feira (30) a 17ª edição da Feira Viver Ciência. O evento apresenta 21 projetos ligados ao tema “Planeta Água: a Cultura Oceânica para Enfrentar as Mudanças Climáticas no Meu Território”, que integra a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia.
Ao longo dos anos, a atividade passou a fazer parte do calendário da cidade, mobilizando não só os estudantes, mas também familiares e moradores da região. Para se ter uma ideia, na edição do ano passado, segundo a Secretaria de Educação do Estado, cerca de cinco mil pessoas visitaram a Viver Ciência.
O diretor da Erem Frei Orlando, Manoel Félix, afirma que o evento tem transformado a relação dos estudantes do Ensino Médio com a ciência. “Por vezes, ela é vista como algo distante e inacessível, mas eles vão se familiarizando com a construção do conhecimento científico. Isso já é um pontapé para as universidades, porque eles passam a ter acesso à metodologia científica a partir dos projetos que são apresentados aqui”, explicou Félix à coluna Enem e Educação.
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A parceria com a população para a execução da feira tem sido um dos principais diferenciais do evento, segundo o diretor. “Por vezes, a gente precisa montar um experimento, e isso requer ajuda de alguns profissionais, além de pesquisadores que vêm para dar palestras ou apoiar as pesquisas. Então, a comunidade é extremamente envolvida nesse processo”, completou.
O professor de Biologia Felipe Queiroz, que tem participado das três últimas edições da Viver Ciência, afirmou que tem sido muito prazeroso observar as habilidades que os estudantes vêm desenvolvendo a partir de vivências que permitem a esses jovens demonstrarem seus potenciais nas áreas de inovação e tecnologia.
“A gente traz uma versão descomplicada da ciência, o que faz com que eles se percebam como atores desse fazer científico, desse produzir conhecimento, que muitas vezes é visto como algo inatingível, uma realidade restrita às instituições de ensino superior. E nós mostramos para eles que é possível fazer ciência no chão da sala de uma escola da educação básica, de uma escola pública.”, destacou o professor.
Categorias dos projetos e interdiciplinaridade
Os projetos apresentados pelos estudantes nas categorias “Incentivo à Pesquisa” e “Desenvolvimento Tecnológico” têm caráter interdisciplinar, utilizando recursos de robótica, inteligência artificial, questões ambientais, saúde mental, linguagens e história. Eles buscam apresentar soluções para problemas identificados pelos próprios alunos em suas comunidades.
Um exemplo é o projeto Vida Verde, orientado pelos professores de Física Iratanio Magnun e de Biologia Myller Gomes, que utiliza plantas sabiás para reduzir a temperatura das salas de aula, promovendo conforto e sustentabilidade. O projeto conta com sistema de irrigação por gotejamento e inteligência artificial para monitorar a temperatura, garantindo eficiência no controle térmico.
Outra iniciativa que também destaca a interdisciplinaridade é o “Abelhas sem Ferrão: Preservação, Conhecimento e Ação na Escola”, orientado pelos professores Felipe Cândido, de Física, e Felipe Queiroz.
O projeto propõe a implantação de um meliponário e um jardim escolar para estudar e criar abelhas sem ferrão, promovendo conscientização ambiental, preservação da biodiversidade e aprendizado interdisciplinar. Na prática, envolve pesquisa sobre comportamento e benefícios das abelhas, construção de maquete da colmeia da uruçu, produção de banner educativo, atividades de educação ambiental, apresentação à comunidade escolar e acompanhamento contínuo da criação.
Estudantes começa a trilhar o caminho na ciência e tecnologia
A Viver Ciência é voltada para alunos do 1º e 2º ano do Ensino Médio, mas os estudantes do 3º ano podem participar de forma voluntária. É o caso de Samuel Galdino, de 18 anos, que se interessou pelo projeto ao perceber que os trabalhos poderiam beneficiar a comunidade.
Samuel, que veio de uma escola particular para estudar na Erem Frei Orlando, afirmou que nunca havia sido incentivado a participar de atividades científicas antes.
"É muito interessante porque o professor nos coloca para realmente pensar em um projeto. A partir dessas experiências, tive a oportunidade de receber uma bolsa da Facepe [Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco] para robótica, onde trabalhei com programação, área que hoje tenho vontade de cursar em uma instituição de ensino superior", contou à coluna Enem e Educação.
Nesta edição da Viver Ciência, ele integra a equipe do projeto “Abelhas sem Ferrão: Preservação, Conhecimento e Ação na Escola”. "Achei interessante a iniciativa porque busca restaurar essa população. Não vemos mais tantas espécies de abelhas por aqui, e a proposta é reintegrá-las para melhorar as condições ambientais da região", explicou.
Projetos que serão apresentados na Viver Ciência
- Escape Room CSI
- Conexão Chile
- Investigação Forense
- Vitalidade
- Abelhas sem ferrão: Preservação, Conhecimento e Ação na Escola
- Projeto AcquaFiltro: jardim filtrante como estratégia de educação ambiental e tratamento de águas cinzas na escola
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- Melodicamente: musicoterapia para inclusão de crianças e adolescentes neurodivergentes
- Alergia em Foco
- NeuroHand
- A Importância de Investir no Início da Vida Adulta
- PSICOAPOIO
- Clima em Crise, Saúde em Perigo: investigando o que estudantes pensam sobre mudanças climáticas e seus efeitos na saúde
- Viva Leve: impactos sociobiológicos do consumo de bebidas alcoólicas
- Prev Heart
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- Viva Verde
- ALERTA DIGITAL
- DiversaMente
Erem Frei Orlando inaugura sala do Instituto Felipe Neto
Além da 17ª edição da Viver Ciência, a Erem Frei Orlando inaugura nesta quinta-feira (30) uma sala do Instituto Felipe Neto, organização sem fins lucrativos que atua em saúde mental, educação midiática e filantropia.
O professor Jayse Ferreira explicou que a escola foi a primeira do Nordeste a receber o projeto. "Os alunos estão muito ligados nas redes sociais e queremos trabalhar melhor a questão do combate às fake news", disse. A sala, antes ociosa, foi reformada e equipada, oferecendo um espaço acolhedor para leituras digitais e aprendizado.