Enem 2025: professores apontam que domínio de conteúdo faz a diferença em Biologia e Física; veja as dicas
As disciplinas de Física e Biologia integram o bloco de provas do segundo domingo, do Enem, que também inclui Química e Matemática

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No segundo domingo do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), marcado para o dia 16 de novembro, os candidatos terão cinco horas para responder a 45 questões de Ciências da Natureza (Física, Química e Biologia) e 45 de Matemática.
Para quem está intensificando os estudos nesta reta final, professores alertam que nem tudo se resume a cálculos extensos. O professor de Física da Escola de Aplicação Recife, Paulo Roberto, ressalta que é preciso lembrar que o Enem cobra competências e habilidades dentro de cada área do conhecimento.
"Dentro das habilidades cobradas em Física, os temas relacionados à energia em todas as suas formas (mecânica, elétrica, térmica) não podem ser subestimados. Questões que envolvem circuitos elétricos, ondulatória e as leis de Newton também estão entre as mais recorrentes nos últimos dez anos", explicou o docente.
Sobre o nível da prova, Paulo Roberto avalia que ela é bem distribuída de acordo com a Teoria de Resposta ao Item (TRI) — um conjunto de modelos matemáticos que representa a relação entre a probabilidade de acerto de uma questão, o conhecimento do participante e os parâmetros do item.
"A prova contempla o máximo de habilidades possíveis, com predominância de questões fáceis e médias, em detrimento das mais difíceis."
O professor também desmistifica a ideia de que basta decorar fórmulas para se sair bem. "O maior mito que podemos apontar é acreditar que, na prova do Enem, você vai resolver tudo apenas aplicando fórmulas. O Enem exige que o aluno saiba mais do que isso: é preciso entender o que está por trás. É uma prova em que o contexto é mais importante do que a fórmula", afirmou.
Ele alerta ainda para os chamados "distratores" — informações presentes nas questões que podem induzir ao erro.
"São textos e dados que nos levam ao erro. Um exemplo comum é quando usamos expressões do dia a dia que não são corretas fisicamente. Todos nós já dissemos 'estou com frio', mas, fisicamente, frio não existe. Outro exemplo é dizer que 'o som está muito alto'. A altura do som não tem a ver com o volume (barulho), e sim com a frequência (graves e agudos). São vícios de linguagem que nos confundem", explicou.
Para os estudantes que têm mais dificuldade com Física, Paulo Roberto recomenda foco e estratégia. "Minha dica para a reta final é estudar por provas anteriores — isso é muito importante — e não tentar ver todo o conteúdo, porque não vai adiantar. É melhor focar nos temas de maior recorrência, como os que mencionei anteriormente."
Biologia: ciência e atualidades caminham juntas
Já na área de Biologia, alguns temas se mantêm recorrentes ao longo dos anos. De acordo com a professora do Colégio Saber Viver, Vanessa Assis, assuntos como ecologia, biotecnologia, evolução, genética e ciclos biogeoquímicos são presença constante nas provas.
"Os alunos devem ficar atentos às novidades relacionadas ao eixo temático de biotecnologia e suas inovações dentro das terapias gênicas, produção de novas vacinas, sensores biotecnológicos para monitoramento corporal, tratamentos terapêuticos com células-tronco e as correções do DNA com a tecnologia do CRISPR", orientou a professora.
Ela também explicou que o nível de dificuldade da prova de Biologia se mantém estável, geralmente com questões de dificuldade mediana para fácil. Apesar da presença de textos de apoio e gráficos, a disciplina exige mais do que interpretação. Conhecimento de conteúdo teórico é essencial para resolver as questões com segurança.
Além dos conhecimentos científicos, a professora destacou que o Enem costuma relacionar os conteúdos a contextos sociais e ambientais, reforçando a interdisciplinaridade da prova.