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Vítimas de incêndio na Caxangá são sepultadas sob forte comoção e pedidos de justiça

Isabela Gomes de Macedo e os quatro filhos moravam na comunidade Icauã, na Zona Oeste do Recife. Companheiro da mulher é o principal suspeito do crime

Por JC Publicado em 01/12/2025 às 22:56

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Isabela Gomes de Macedo e os seus quatro filhos (um, três, quatro e sete anos), vítimas de um incêndio criminoso na comunidade Icauã, no bairro da Caxangá, na Zona Oeste do Recife, foram sepultados na tarde desta segunda-feira (1º), no cemitério da Várzea, sob forte comoção e revolta de parentes, amigos e moradores da localidade. O companheiro da mulher, principal suspeito do crime, foi preso pela polícia.

"A gente está destruído... A família toda está devastada. Não imaginávamos que isso pudesse acontecer. Fiquei sabendo do incêndio pelo meu pai e tentei ligar para a minha irmã. Mas como não consegui, acabei indo até onde ela morava, porque meu pai estava muito inquieto. Quando cheguei ao local vi a tragédia", contou Jaqueline Gomes, irmã de Isabela.

Em forte desabafo, Silvana Gomes, prima da vítima, pediu justiça e alertou para que mais mulheres não sejam vítimas de feminicídio.

"Aqui não está sendo enterrada nenhum filho de autoridade ou parente da governadora, mas uma mulher que é mãe, irmã, prima, que está deixando para trás uma família sofrida, porque nenhuma autoridade tomou providências. Uma morada da favela, sozinha com quarto crianças e sofrendo violência doméstica. As autoridades não fazem nada para defender as mulheres. Muitas estão sofrendo caladas", desabafou.

CIRIO GOMES/JC IMAGEM
Local do incêndio que deixou uma mulher e quatro crianças mortas na Zona Oeste do Recife - CIRIO GOMES/JC IMAGEM

 

Suspeito passou por audiência de custódia

Suspeito de ser o responsável pelo incêndio, Agnaldo José Alves - marido e pai das vítimas - foi preso e levado para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Ao deixar a unidade para realizar exames no IML, ele negou ter ateado fogo no próprio barraco, onde vivia com a família. No entanto, confessou que brigava constantemente com a esposa.

Segundo as investigações, Agnaldo teria utilizado um isqueiro para incendiar um tapete que estava sobre a lona do barraco. As chamas se espalharam rapidamente.

 
 
 
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A esposa e os quatro filhos não conseguiram fugir porque a porta estava trancada. Os corpos das crianças foram encontrados em um cômodo diferente de onde estava o da mãe, todos carbonizados.

Ainda segundo os investigadores, cerca de uma hora e meia após o crime, Agnaldo voltou ao local e acabou agredido pela população. A chegada da polícia impediu que as agressões continuassem. No tumulto, suas roupas foram rasgadas, e ele deixou o DHPP enrolado em uma toalha.

Após passar por audiência de custódia, o suspeito teve a prisão preventiva decretada pela Justiça e foi encaminhado ao Centro de Observação Criminológica e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife.

A Polícia Civil de Pernambuco investiga o caso como incêndio, homicídio e feminicídio.

 

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