Ingestão de bebidas alcoólicas: cuidados no consumo diante de casos de intoxicação
Uma paciente foi atendida em uma unidade de saúde no Recife três dias após ingerir vodka e sentir náuseas, vômitos e problemas oftalmológicos

Uma mulher residente em Olinda é apontada como a primeira possível vítima de intoxicação alimentar por metanol na Região Metropolitana do Recife. O caso, ainda classificado como suspeito, está sob investigação das autoridades de saúde para esclarecer as circunstâncias da contaminação.
A paciente foi atendida em uma unidade de saúde no Recife três dias após ingerir vodka, o que a levou a procurar atendimento especializado.
"Inicialmente ela apresentou sintomas gastrointestinais, quadro de náuseas, vômitos. Dois ou três dias depois ela apresentou complicações oftalmológicas e buscou o serviço de referência.Ontem, no dia 1º de outubro, recebemos a notificação desse caso", contou José Lencart de Lima,o responsável por Vigilância Epidemiológica. A vítima não precisou ser internada.
Com essa ocorrência, sobe para quatro o número de casos notificados oficialmente à Secretaria de Saúde. No entanto, há também o registro da morte de um homem em Lajedo, no Agreste do Estado, que pode ter sido provocada pela mesma causa — embora o caso não tenha sido comunicado formalmente às autoridades estaduais.
Sintomas e suspeitas de intoxicação por Metanol
De acordo com especialistas, os sintomas da intoxicação por metanol costumam aparecer entre 6 e 24 horas após a ingestão da bebida contaminada. Entre os sinais mais comuns estão:
- Náuseas, vômitos e dores abdominais;
- Perda súbita e, muitas vezes, irreversível da visão;
- Manchas escuras ou flashes luminosos no campo visual.
"Dentro de um contexto geral, o que nós estamos recomendando é que todo consumidor de bebida alcoólica busque se cercar, minimamente, de um componente de segurança. Procure consumir bebidas em um local que atenda os conceitos de higiene, que tenha uma credibilidade e que faça o consumo da bebida nos locais que geralmente frequenta", concluiu.
Adegas e estabelecimentos
A vigilância sanitária tem intensificado as fiscalizações nos estabelecimentos que comercializam produtos alcoólicos, com a intenção de localizar possíveis mercadorias adulteradas.
"Pegaram algumas bebidas, alguns rótulos para darem uma conferida e deu tudo certo. A orientação que a gente tem falado aos nossos clientes é de comprar em fornecedores que ocês tenham confiança e que passem credibilidade", contou um dono de adega na Zona Norte do Recife.
Com a repercussão dos casos, comerciantes já percebem mudanças no comportamento dos consumidores. A expectativa é de queda nas vendas de bebidas destiladas e aumento na procura por cervejas, que até o momento não foram associadas a nenhum episódio de adulteração.