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José Arlindo Soares: "se tem 30% da população precisando de ajuda, nem a economia é capaz de atingir essa vulnerabilidade toda."

Durante um debate para a Rádio Jornal, três sociólogos discutem sobre a desigualdade no Recife e as possíveis soluções para este problema

Por Anaís Coelho Publicado em 14/10/2025 às 15:39 | Atualizado em 14/10/2025 às 15:53

Durante um debate, que aconteceu hoje (14), na Rádio Jornal, três sociólogos discutiram sobre a desigualdade no Recife, que atualmente é um dos piores índices de desigualdade de renda do país.

O sociólogo e pesquisador, Marcelo Garcia, o professor José Arlindo Soares e o sociólogo Renato Carvalheira estiveram presentes no debate da Super Manhã, onde eles destrincharam os problemas, as possíveis soluções e o contexto histórico da desigualdade.

Segundo uma pesquisa do Coeficiente de Gini, em 2024, os 10% mais ricos da Região Metropolitana do Recife ganhavam, em média, 17,6 vezes mais do que os 40% mais pobres. Apesar de ser um número alto, é uma melhoria em relação a 2021, quando a proporção era de 21 vezes.

Causas estruturais 

Segundo o professor José Arlindo Soares, a pobreza é estrutural, ou seja, existe um patamar de pobreza que não se consegue mudar, e isso engloba vários problemas de estrutura, como por exemplo a falta de acesso à educação.

"Numa mudança tecnológica que está havendo hoje com internet, com grandes plataformas intelectuais, uma população que 27% não chegou a terminar o ensino fundamental, claro que ela tem dificuldade de acender, de conseguir um emprego minimamente compatível."

Outro problema estrutural citado foi a falta de inclusão da população da renda do trabalho, já que no Nordeste, 29% da população vive da renda social, enquanto a média do Brasil é de 22%.

Segundo o professor José Arlindo Soares, quando a pessoa tem um trabalho, é muito mais fácil para a economia inserir essa pessoa socialmente, já que ela terá um trabalho, um salário, a proteção do INSS.

"Por exemplo, se você tem aí, 30% da população precisando de uma ajuda, chega um momento que nem a economia é capaz de atingir essa vulnerabilidade toda."

Possíveis soluções

De acordo com as estatísticas, a alteração no salário mínimo, com pagamentos acima da inflação a partir de 2022, foi fundamental para a queda da desigualdade na RMR de 21 para 17 vezes.

Segundo o sociólogo Renato Carvalheira, criar programas de transferência de renda, como o Bolsa Família e outros auxílios, podem ser uma solução para diminuir a desigualdade. Para compensar e financiar tais políticas sociais, existe ainda a opção de taxar os mais ricos.

“A gente tem uma massa de pessoas muito pobres que a gente precisa tirar, que a gente precisa incluir. Nesse nosso banquete. Esse país é riquíssimo. Ninguém deveria passar fome”, afirma o sociólogo Renato Carvalheira.

Uma solução, além de investir na educação, para que a população tenha acesso a emprego, é criar ações estratégicas, como doações, programas de capacitação e campanhas de busca por emprego.

"A gente tem que fazer determinadas atividades, ações e programas pelo estado, que significa uma a nível operacional, ou seja, a gente tem que ter programas de doação. A gente tem que ter no nível tático, que significa procurar emprego, capacitar e temos que ter ações no nível estratégico de um de um país."

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