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Raquel Lyra cobra Alepe e pede celeridade na votação do empréstimo de R$ 1,7 bilhão

Governadora cobrou rapidez após presidente da Casa afirmar que só levará pauta ao plenário em 2026; impasse ocorre em meio ao tensão sobre emendas

Por Rodrigo Fernandes, Eduardo Scofi Publicado em 19/11/2025 às 12:48

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A governadora Raquel Lyra (PSD) cobrou a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) para colocar em votação o empréstimo de R$ 1,7 bilhão pedido pelo governo do estado. O projeto estava previsto para ser votado na última terça-feira (18) mas foi retirado de pauta pelo presidente da Casa, deputado Álvaro Porto (PSDB), devido a uma tensão sobre emendas parlamentares.

A declaração da governadora foi dada nesta quarta-feira (18), um dia após Álvaro Porto afirmar à Folha de Pernambuco que só colocará a operação de crédito em votação novamente em 2026, elevando a tensão entre os poderes.

"A gente precisa que esse empréstimo seja votado rápido. Por isso eu faço um apelo à Assembleia Legislativa para que paute, que coloque em plenário. Não tô dizendo que haja obrigação, porque tem independência dos poderes de aprovar, mas colocando em plenário, a firme maioria da Assembleia Legislativa tem aprovado praticamente por quase unanimidade todos os projetos de lei que a gente tem mandado para casa", disse a governadora.

“Não é hora de disputa política, qualquer que seja ela, atrapalhar o desenvolvimento de Pernambuco. Muitos estados se uniram... brigam na hora da eleição, mas na hora de se juntar para buscar recurso, de emenda de bancada, de recurso de governo federal, recurso de operação de crédito, votação, isso se faz rápido e a gente precisa disso", acrescentou.

Embora tenha feito o apelo à Alepe, Raquel Lyra criticou a demora na tramitação do projeto por parte dos deputados. O pedido de empréstimo foi enviado pelo Executivo à Assembleia no mês de junho, e já soma mais de 170 dias no Legislativo.

"Eu fui presidente da Comissão de Justiça da Assembleia Legislativa por 4 anos, fui deputada por seis e a gente sempre aprovou operações de crédito em 4, 48 horas, 72 horas. Naquela ocasião, eu era base do governo e Priscila [Krause, atual vice-governadora do estado] era oposição, mas Priscila nunca interrompeu qualquer aprovação de operações de crédito”, declarou.

“Pernambuco tem pressa e não sou eu que tenho esse recurso. Colocando aqui o bom senso à mesa, esse recurso não é para mim, é para o povo de Pernambuco. Uma melhor prestação de serviço pra população que nem sabe o que tá acontecendo na Assembleia Legislativa, mas quer de nós generosidade e capacidade de união", completou a governadora.

Crise do empréstimo ampliou tensão sobre emendas

O empréstimo de R$ 1,7 bilhão seria colocado na pauta de votação do plenário da Assembleia na última terça-feira (18). Contudo, o presidente Álvaro Porto também sinalizou que pautaria uma PEC que aumentaria o valor das emendas parlamentares acima do planejamento apresentado pelo estado.

Após a base governista anunciar que derrubaria a PEC das emendas no plenário, o presidente Álvaro Porto retirou o empréstimo da ordem do dia, sem sinalizar uma nova data, acentuando o conflito com o Executivo.

A governadora afirma que o estado não tem folga orçamentária para ampliar o valor das emendas, enquanto deputados argumentam que decisões do Supremo Tribunal Federal exigem a equiparação das regras.

Em reação conjunta, aliados da governadora não compareceram à sessão desta semana para impedir a votação de mudanças na Constituição Estadual e na tramitação das emendas parlamentares, aprofundando o impasse.

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