Imprensa internacional repercute conversa 'amigável' e vê 'desgelo' na crise entre Lula e Trump
Jornais da Europa e dos EUA destacaram o tom "amigável" da conversa e a viram como um passo importante para "suavizar" a crise diplomática.

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A conversa por videoconferência entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump, nesta segunda-feira (6), foi o principal destaque da imprensa internacional, que, de forma geral, interpretou o contato como um "desgelo" e um primeiro passo para "suavizar" a recente crise diplomática e comercial entre Brasil e Estados Unidos.
O jornal francês Le Monde foi um dos que classificou o telefonema de 30 minutos como "amigável". Na mesma linha, o espanhol El País analisou que a conversa, a primeira entre os dois desde o início das tensões, "parece suavizar uma relação que havia alcançado altos níveis de tensão".
Reação econômica e o papel dos empresários
Nos Estados Unidos, a agência de notícias financeiras Bloomberg deu destaque à reação positiva da equipe econômica brasileira. A reportagem citou o otimismo do ministro Fernando Haddad e a avaliação do vice-presidente Geraldo Alckmin, de que o resultado da conversa foi "melhor que o esperado".
A Bloomberg também ressaltou o papel de empresários brasileiros que atuaram nos bastidores para "aprimorar o diálogo entre os dois países". O The Washington Post, por sua vez, noticiou de forma factual os pedidos feitos por Lula durante a chamada: o fim das tarifas de 50% e o convite para a COP30.
Contexto de "crise sem precedente"
Apesar do tom otimista, parte da imprensa, como o jornal português Público, fez questão de relembrar a gravidade do cenário, classificando a situação como uma "crise diplomática sem precedente", e citando as duras sanções já impostas pelos EUA a autoridades brasileiras.
A análise da imprensa global se debruçou sobre o telefonema no qual Lula e Trump concordaram em trocar contatos diretos para estabelecer uma nova via de comunicação, um sinal visto como o primeiro passo concreto para uma negociação.
(Com informações do Estadão Conteúdo e de agências internacionais)