Raquel Lyra promete creches para dezembro, diz que PMs seguirão nas ruas e quer antecipar reforma no metrô
Em entrevista à Rádio Jornal, governadora atualizou o andamento de uma série de obras estaduais e deu explicações sobre obras demoradas
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A governadora Raquel Lyra (PSD) fez um balanço das obras estaduais e revelou que as primeiras creches construídas pela gestão serão entregues em dezembro, que os novos policiais militares não deixarão a patrulha nas ruas e que pediu ao governo federal a antecipação de R$ 1 bilhão para realizar melhorias no Metrô do Recife.
As declarações foram dadas nesta terça-feira (16), em entrevista ao programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal.
Segundo a governadora, há 51 creches em fase de construção, além de contratos assinados para novas obras e a liberação de ordens de serviço. Ela também afirmou que foi lançado recentemente o quarto lote, com mais 38 creches.
Apenas o município de Solidão, no Sertão, não aderiu ao programa. No Recife, a gestão estadual identificou terrenos para viabilizar as construções em áreas prioritárias.
"Quem ganha a licitação termina os projetos executivos e vai para o território, faz todo o projeto de terraplanagem e isso demora a começar", justificou. A governadora garantiu que as creches serão entregues prontas, mobiliadas e com o funcionamento custeado pelo Estado durante o primeiro ano.
Metrô do Recife
O maior desafio na área da mobilidade, segundo a governadora Raquel Lyra, está no Metrô do Recife, administrado pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), ligado ao governo federal, mas que tem a promessa de ser estadualizado.
Ela lembrou os problemas enfrentados diariamente pelos usuários e afirmou que tem buscado alternativas para viabilizar investimentos de maior porte. Uma delas seria a antecipação de R$ 1 bilhão para melhorias imediatas.
"O governo federal colocou R$ 50 milhões, trocando dormentes e trilhos, mas a necessidade do metrô é de R$ 3 a 4 bilhões. Nem eu nem o governo federal temos esse recurso hoje. Minha proposta é que o Estado antecipe até R$ 1 bilhão para melhorias, como novos vagões e reforma dos terminais, mas que a União garanta os outros R$ 2 ou 3 bilhões necessários”, disse.
Raquel explicou que já existe um planejamento que prevê até subsídio estadual à operação, mas que a execução depende de um acordo com a União. “Estou negociando com o ministro das Cidades, Jader Filho, com a CBTU e com o governo federal. A sinalização é positiva. O que a gente sonha é que as pessoas tenham o direito de andar no metrô de forma decente, com segurança, com escada rolante funcionando”, afirmou.
Arco Metropolitano
Em relação ao Arco Metropolitano, outro projeto de mobilidade que ainda não saiu do papel, a governadora afirmou que a atual fase do projeto é de licenciamento ambiental e desapropriações do trecho Sul.
"Não tem grandes obras ou grande pontes ali. Vai ter um grande programa de terraplanagem, pois passa por dentro do canavial. Ele sai de Moreno, na BR-232, e entra no canavial por dentro de Moreno. A gente abre uma nova fonteira de desenvolvimento, uma nova fronteira logística, um novo polo de desenvolvimento industrial, e chega na boca do Porto de Suape", detalhou.
Segundo a governadora, o segmento deste trecho que vai da BR-408 até a BR-232, foi colocado no PAC do Governo Federal e está sendo adaptado aos padrões do DNIT. Ela afirma que a licitação deve ser anunciada até outubro.
O trecho Norte, parte mais complexa do projeto devido ao traçado que atravessa a Área de Proteção Ambiental (APA) Aldeia-Beberibe, ficará para um segundo momento.
"Dando a ordem de serviço, eu posso me dedicar ao eixo metropolitano Norte, porque aí vem o desafio ambiental de toda a discussão que houve ao longo de décadas. Eu não quis travar a possibilidade de começar a obra, porque ali é onde tem problema, um debate legítimo. Vamos fazer no canavial, que não tem discussão nenhuma, e a gente começa a obra", acrescentou.
'Laranjinhas' não vão deixar as ruas
Questionada sobre o futuro dos "laranjinhas" — os 2.300 novos policiais militares que concluíram recentemente o curso de formação e foram às ruas em agosto —, a governadora garantiu que eles permanecerão no policiamento ostensivo após o período de estágio.
Segundo a gestora, o efetivo, que já está distribuído em áreas de maior demanda por segurança, será integrado definitivamente ao policiamento regular em todo o Estado.
“A gente nomeou 2.300, e eles estão na rua e vão permanecer nas ruas. Eu chamei o secretário da SDS e o comandante da PM, a gente não vai tirar eles das ruas, vamos fazer avaliações periódicas. As pessoas dizem: ‘Raquel, agora eu consigo ir na parada de ônibus às 10 da noite, buscar meu menino na escola, colocar a cadeira do lado de fora para conversar com a vizinha’”, declarou.
HR reformado
A governadora Raquel Lyra também confirmou a ampliação do Hospital da Restauração, incluindo novas construções para o equipamento, embora não tenha revelado detalhes do projeto. “Vai ser lindo”, se limitou a dizer.
Ela justificou a demora nas reformas dos equipamentos de saúde pelo "descaso com a saúde" que teria ocorrido em governos anteriores. "O elevador da Restauração tem 50 anos. A gente tá trocando agora, e vou trocar de todos, como troquei do Barão de Lucena. Não tinha contrato de manutenção", comentou.
Para viabilizar as obras do HR, o governo desapropriou um hospital em Paulista, o que permitirá acelerar os trabalhos sem paralisar o atendimento. Raquel ressaltou a dificuldade de realizar obras com o hospital em funcionamento e agradeceu a pacientes, acompanhantes e trabalhadores da saúde pela colaboração durante o processo.
Habitação
Ainda na entrevista, Raquel Lyra disse que Pernambuco não tinha uma política estadual de habitação até o início de seu governo, dependendo apenas dos programas federais, como o Minha Casa, Minha Vida. "Nós desenhamos a nossa política e trouxemos os melhores especialistas para enfrentar os desafios reais do estado e garantir que o povo tivesse acesso à casa própria”, avaliou.
Ela se referiu ao programa estadual Morar Bem, que facilita a entrada para quem ganha até dois salários mínimos, com valores de até R$ 20 mil. Segundo Raquel, a iniciativa tem gerado o maior investimento em construção civil de Pernambuco, atraindo inclusive investidores externos.
"Eu virei a maior casamenteira de Pernambuco, porque entrego muitas casas para casais jovens que esperavam ter a casa própria para poder se casar”, brincou.
Assista à entrevista na íntegra