Humberto Costa destaca indefinição do PT em Pernambuco e projeta disputa acirrada em 2026
Segundo o Senador Humberto Costa, a prioridade do partido é a reeleição do presidente Lula, e as alianças locais dependerão da articulação nacional

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O senador Humberto Costa (PT) afirmou, em entrevista à Rádio Jornal, que o Partido dos Trabalhadores ainda não definiu sua posição sobre as eleições de 2026 em Pernambuco.
Segundo ele, a prioridade do partido é a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Assim, as alianças locais dependerão diretamente da articulação nacional.
“Primeiro, o PT vai fazer uma discussão nacional que tem como referência principal a reeleição do presidente Lula. Essa é a nossa maior prioridade. Em segundo lugar, vem exatamente a eleição do Senado. E como nós temos essa prioridade da eleição presidencial, a eleição nos Estados, tanto para o Senado quanto para o governo, elas estão subordinadas a essa prioridade maior”, disse.
Entre João Campos e Raquel Lyra
O senador admitiu que, dentro do partido, há correntes que defendem o apoio ao prefeito do Recife, João Campos (PSB), enquanto outras preferem uma aliança com a governadora Raquel Lyra (PSDB).
“Há uma parcela que defende o apoio à candidatura de João Campos, outra parcela que defende apoio à candidatura de Raquel. Do ponto de vista do PSB, lógico, nós temos aí uma relação histórica, que passa por altos e baixos, mas é uma relação histórica. A nossa base, que sempre apoiou o PT, é uma base comum com o PSB”, ressaltou.
Questionado sobre a possibilidade de Lula subir em dois palanques em Pernambuco, Humberto deixou claro que o partido terá apenas uma posição: “O PT estará num único palanque. A decisão do PT vai ser a decisão do partido nacionalmente e localmente em Pernambuco. Ele terá só uma candidatura a governador e terá uma candidatura sua para o Senado Federal.”
Disputa pelo senado
Além de sua própria candidatura, Humberto destacou que outros nomes têm surgido como interessados na disputa pelo Senado, como Silvio Costa Filho (Republicanos), Miguel Coelho (União Brasil) e Marília Arraes (Solidariedade).
O senador, no entanto, reforçou que a definição de chapas dependerá do candidato a governador escolhido: “Se a aliança nossa for com João Campos, nós sabemos que a condução do processo se fará por ele, como também, se não for essa decisão, quem estiver encabeçando o processo para o governo vai naturalmente coordenar esse trabalho.”
Humberto disse manter uma boa relação com vários desses possíveis concorrentes e ressaltou que, para o PT, o fundamental será compor uma frente progressista: “O Senado Federal vai ser muito importante caso o Lula vença a eleição. Há um risco de a extrema direita fazer maioria. Então, nos Estados do Nordeste, nós temos que trabalhar para eleger em cada Estado dois senadores comprometidos com o presidente Lula.”
Relação com Raquel Lyra
Sobre a governadora Raquel Lyra, o senador disse que a posição dela em relação a Lula será decisiva para qualquer possível aliança.
“No caso da governadora, se a posição dela for a de apoiar o presidente Lula, será a de apoiar uma eventual candidatura do seu partido, ou de outro partido, ou se será a de manter a posição que ela teve na eleição passada, quando no segundo turno não apoiou nenhuma candidatura especificamente”, ponderou.
Apesar da cautela, Humberto reconheceu que uma eventual aproximação de Raquel ao campo lulista seria bem-vinda: “Se houver uma decisão da governadora Raquel Lyra de apoiar o presidente Lula, essa decisão nós não vamos considerá-la ruim de forma alguma.”