EUA revogam visto de Alexandre de Moraes após medidas contra Bolsonaro
Secretário de Estado americano acusou o ministro do STF de promover 'caça às bruxas' contra Bolsonaro, que foi alvo de ação da Polícia Federal

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Em uma escalada na crise entre o Judiciário brasileiro e o governo de Donald Trump, os Estados Unidos anunciaram na noite desta sexta-feira (18) a revogação do visto norte-americano do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, de seus familiares próximos e de aliados políticos.
A medida de forte impacto diplomático foi comunicada pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, em seu perfil na rede social X. Segundo Rubio, a decisão foi tomada porque o governo americano "responsabilizará estrangeiros responsáveis pela censura de liberdade de expressão protegida nos Estados Unidos".
Rubio acusou Moraes de promover uma "caça às bruxas política" contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmando que as ações do ministro "se estendem além das fronteiras do Brasil, atingindo os americanos".
Ação da PF e resposta dos EUA
A drástica atitude do governo americano ocorreu poucas horas depois que a Polícia Federal (PF), por ordem do próprio Moraes, cumpriu mandados de busca e apreensão na residência de Jair Bolsonaro e na sede do PL, em Brasília. Na mesma decisão, o ministro impôs ao ex-presidente o uso de tornozeleira eletrônica e o proibiu de usar redes sociais e de falar com seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro.
A decisão de Moraes que impôs as novas restrições a Bolsonaro afirma que o ex-presidente e seu filho estariam "atuando em conjunto" em "atentados à soberania Nacional", citando a celebração de Eduardo nas redes sociais à tarifa de 50% anunciada por Trump contra o Brasil.
Eduardo Bolsonaro ameaça eleições de 2026
Em reação imediata à revogação do visto de Moraes, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), em entrevista à CNN, elevou ainda mais a tensão. Ele afirmou que os Estados Unidos não reconhecerão o resultado das eleições presidenciais de 2026 sem a participação de seu pai, que atualmente está inelegível por decisão da Justiça Eleitoral.
Eduardo Bolsonaro também respondeu Rubio em sua conta do X: "Eu não posso ver meu pai e agora tem autoridade brasileira que não poderá ver seus familiares nos EUA também - ou quem sabe até perderão seus vistos".
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