Governo brasileiro chama representante dos EUA para esclarecimentos após nota pró-Bolsonaro
Para o Itamaraty, embaixada recebeu orientações de Washington para se envolver num tema que é considerado ingerência pelo governo brasileiro

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O Itamaraty convocou, nesta quarta-feira (09), o representante da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil para prestar esclarecimentos sobre a nota publicada em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Mais cedo, a embaixada americana disse que Bolsonaro e sua família têm sido "fortes parceiros" dos norte-americanos, e afirmou que a "perseguição política contra ele, sua família e seus apoiadores é vergonhosa e desrespeita as tradições democráticas do Brasil".
O encarregado de Negócios da embaixada dos EUA, Gabriel Escobar, está sendo recebido pela embaixadora Maria Luisa Escorel, secretaria de América do Norte e Europa do Ministério das Relações Exteriores brasileiro.
De acordo com o Estadão, o governo brasileiro se incomodou com o fato de a embaixada americana ter dado ampla divulgação à posição que o Departamento de Estado tinha respondido a um veículo de imprensa sob demanda.
Para o Itamaraty, a embaixada recebeu orientações de Washington para se envolver num tema que é considerado ingerência pelo governo brasileiro.
A nota da embaixada americana reforçou a declaração do presidente Donald Trump, que na segunda-feira (07), chamou os processos judiciais contra o ex-presidente brasileiro de "perseguição" e "caça às bruxas", pedindo para que "deixem Bolsonaro em paz".
Um dia depois, na noite desta terça (08), Trump voltou à sua rede social, Truth Social, repetindo os mesmos argumentos em defesa do ex-presidente e réu por golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal (STF).
Convite foi feito pela segunda vez neste ano
Trata-se da segunda vez que a principal autoridade dos Estados Unidos no Brasil é convidada a prestar esclarecimentos.
Escobar foi convidado pelo Itamaraty em janeiro, logo após assumir o cargo, para dar explicações sobre a deportação de brasileiros em condições degradantes.
Naquele mês, um voo com 88 brasileiros deportados aterrissou em Manaus, e a Polícia Federal constatou que eles estavam algemados pelos pés e mãos em território nacional, o que contraria acerto entre os países.
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