Pesquisa Datafolha 2025: reprovação do governo Lula sobe e recuperação estagna
Resultado reverte a leve melhora observada após uma queda abrupta em fevereiro, quando a aprovação estava em 24% e a reprovação em 41%; confira

Uma nova pesquisa Datafolha, divulgada nesta quinta-feira (12) e realizada entre os dias 10 e 11 de junho de 2025, revela que a recuperação na avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi interrompida, com a reprovação do governo atingindo um patamar elevado.
Os dados indicam que 28% dos brasileiros consideram a gestão Lula como "ótima" ou "boa", enquanto 40% a classificam como "ruim" ou "péssima".
Para 31% dos entrevistados, a avaliação é "regular", e 1% não soube ou não respondeu.
Comparativamente, em abril, a aprovação era ligeiramente maior (29%), e a reprovação um pouco menor (38%).
Este resultado reverte a leve melhora observada após uma queda abrupta em fevereiro, quando a aprovação estava em 24% e a reprovação em 41%.
No que tange à aprovação do desempenho pessoal de Lula como presidente, 46% dos entrevistados afirmaram aprovar o seu trabalho, ao passo que 50% disseram desaprovar.
Em abril, esses números eram 48% de aprovação e 49% de desaprovação, indicando uma estabilidade dentro da margem de erro da pesquisa.
A margem de erro geral do levantamento é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, considerando 2.004 pessoas com 16 anos ou mais, em 136 municípios brasileiros.
Crise do INSS como principal catalisador do desgaste
A principal razão para a estagnação na recuperação da imagem governamental é atribuída à crise envolvendo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
A Operação Sem Desconto da Polícia Federal, que revelou o desvio de aproximadamente R$ 6 bilhões em descontos indevidos de aposentadorias para favorecer entidades ligadas a políticos, teve um amplo impacto negativo na percepção pública.
Embora o esquema tenha sido iniciado em 2019, durante a gestão anterior, ele se estendeu até o ano passado, já sob o governo Lula.
A resposta inicial do Planalto, que tentou transferir a responsabilidade para a gestão anterior, foi considerada lenta e confusa, contribuindo para a corrosão da imagem, especialmente em segmentos historicamente simpáticos ao presidente.
A crise resultou na demissão do ministro Carlos Lupi, da Previdência Social.
Além do escândalo do INSS, outros episódios recentes também contribuíram para o desgaste da imagem do governo.
Entre eles, destacam-se:
- Erros relacionados ao anúncio da fiscalização do Pix, que levaram o Ministério da Fazenda a recuar da medida
- Polêmica envolvendo a primeira-dama Janja da Silva e o líder chinês Xi Jinping sobre o TikTok
- Vaivém na elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Avaliação por segmentos: respiro entre os mais pobres e desgaste na classe média
A pesquisa detalha as oscilações na avaliação do presidente em diferentes grupos demográficos.
Entre os eleitores com renda de até dois salários mínimos, que representam 51% do total pesquisado, a reprovação do governo recuou de 36% em abril para 33% em junho.
A aprovação dentro deste grupo subiu discretamente de 30% para 32%.
Essa variação, dentro da margem de erro específica do grupo (três pontos), é vista como um pequeno "respiro" para o governo.
No entanto, entre os entrevistados com ensino superior, a aprovação apresentou uma queda mais acentuada, passando de 31% em abril para os atuais 25%, indicando um desgaste nesse segmento.
Na região Nordeste, que compõe 26% da amostra, a aprovação "ótima" ou "boa" ficou em 37%, uma pequena oscilação em relação aos 38% de abril.
Embora não seja uma recuperação significativa em comparação com os 49% de dezembro, representa uma estabilidade após a queda para 33% em fevereiro.
Para mulheres, a aprovação manteve-se estável em 30%.
Entre pessoas pardas e pretas, a aprovação oscilou de 28% para 29%. Já entre brancos, a aprovação oscilou negativamente de 29% para 26%.