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Governo esvazia plenário e Alepe não consegue realizar votação de indicado para a Adagro

Indicado pelo Governo para a Adagro, Moshe Dayan teve nome aprovado pela CCLJ; Por falta de quórum, votação não aconteceu nesta quarta-feira (21)

Por Rodrigo Fernandes, Pedro Beija Publicado em 21/05/2025 às 17:25 | Atualizado em 21/05/2025 às 17:31

Por falta de quórum, na sessão plenária desta quarta-feira (21) a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) não conseguiu realizar a votação da indicação do médico veterinário Moshe Dayan Fernandes Carvalho, que foi indicado pelo Governo do Estado para presidir a Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária do Estado de Pernambuco (Adagro)

Indicado pela gestão estadual no último dia 13, Moshe teve o nome aprovado pela comissão de Constituição, Legislação e Justiça (CCLJ) da Alepe, em sabatina realizada durante a manhã. 

Na sessão plenária, o deputado Júnior Matuto (PSB) acusou a gestão estadual de esvaziar o plenário, citando nominalmente o secretário executivo da Casa Civil, Yuri Coriolano

"Sabemos da importância da Adagro para o povo pernambucano, aqui seria sabatinado o cidadão com um nome meio complicado, Moshe Dayan Fernandes de Carvalho e infelizmente chegou o recado aqui do tal do Yuri Coriolano da Casa Civil para esvaziar essa casa", disse.

O deputado Mário Ricardo (Republicanos), presidente da comissão de Desenvolvimento Econômico e Turismo da Alepe, lamentou a falta de quórum para a votação.

"A parte do Parlamento pernambucano está feita. Agora é preciso saber a responsabilidade daqueles que efetivamente têm para poder tratar de um tema tão relevante", afirmou.

Votação antecipada

A comissão de Justiça chegou a incluir a sabatina de Moshe Dayan na pauta da sessão ordinária do dia 20, mas retirou a convocação em um novo edital, deixando a entrevista sem previsão. O presidente do colegiado, Alberto Feitosa, alegou que teria ocorrido erro humano na chamada publicada.

Contudo, após um apelo da Associação Avícola de Pernambuco (Avipe), que alegou preocupação com a crise gerada pela gripe aviária, a Assembleia Legislativa decidiu realizar a convocação definitiva nesta quarta.

Ao autorizar a sabatina, o presidente da Casa, Álvaro Porto (PSDB), afirmou que a situação exige uma ação emergencial. “A crise vivida pelo setor avícola culminou no cancelamento de importações de aves brasileiras por parte de mais de 30 países, gerando, inclusive, prejuízo na balança comercial. Diante da gravidade deste contexto avaliamos ser fundamental agilizar o processo”, declarou.

Vale lembrar que a sabatina do novo administrador de Fernando de Noronha, Virgílio Oliveira, indicado pelo governo de Pernambuco no dia 28 de março, ou seja, quase dois meses antes de Moshe Dayan, segue sem previsão de inclusão na pauta da CCLJ por diferenças políticas entre Legislativo e Executivo.

Sabatina na comissão de Justiça

Pela manhã, Moshe Dayan foi aprovado por unanimidade em sabatina realizada pela comissão de Justiça da Alepe. “Quero agradecer à governadora Raquel Lyra pelo reconhecimento e confiança, à vice-governadora Priscila Krause e aos meus colegas de gabinete”, falou o novo presidente.

Tauã Leandro/Divulgação
Novo presidente da Adagro, Moshe Dayan foi aprovado em sabatina da comissão de Justiça da Alepe - Tauã Leandro/Divulgação

Ao se apresentar ao colegiado, Moshe disse ter consciência da importância do momento atual do Brasil, que registrou, na semana passada, o primeiro caso de gripe aviária em granja comercial. “Tenho a consciência da necessidade de negociar, buscar apoios, e aprendi isso aqui na Assembleia”, declarou Dayan, que exercia o cargo de assessor parlamentar da deputada Débora Almeida (PSDB).

“A Assembleia Legislativa tem 49 agendas e, ao mesmo tempo, um só objetivo, que é o desenvolvimento do estado, das pessoas. Tenho humildade para reconhecer que sei muito pouco, mas também conheço muita gente que sabe muito, e isso vai ajudar muito meu trabalho. Conheço a Adagro e sei da importância da entidade para o estado”, acrescentou.

Em seu discurso, ele demonstrou conhecer as várias frentes de produção agropecuária de Pernambuco, e afirmou que, como produtor de leite, entende a necessidade de um ambiente favorável para o crescimento.

“Sempre tive a Adagro junto dos meus trabalhos, então nada mais justo que eu possa me colocar à disposição, não para revolucionar, para ter autoridade, mas para ajudar, para servir, escutar e trabalhar junto”, completou Moshe Dayan, que num momento de descontração revelou que seu nome tem origem israelense e foi escolhido pelo pai, em referência a um militar que lutou na Guerra dos Seis Dias.

O relator da matéria na CCLJ, deputado estadual Luciano Duque (Solidariedade), disse que a indicação de Moshe foi “acertada pelo conhecimento técnico e sensibilidade política”.

Waldemar Borges (PSB), de oposição, mencionou os desafios que ele terá à frente do órgão. “O primeiro é a falta de estrutura. Isso é histórico, e não me refiro a governo A ou B. O segundo é uma questão cultural de alguns funcionários que atrapalham o andamento das coisas. Mas é importante ter alguém experiente [no cargo], porque a experiência leva a pessoa a ter posturas mais equilibradas diante dos desafios”.

Currículo de Moshe Dayan

Moshe Dayan Fernandes de Carvalho tem 57 anos, é natural da cidade de Pedra, no Agreste pernambucano, e tem experiência no setor agropecuário, com atuação nas áreas de produção, gestão e políticas públicas voltadas ao campo. É produtor de leite e pecuarista, especialista em laticínios e em gestão de indústria de laticínios.

Moshe atuou por 18 anos no Sebrae, sendo seis como gerente da Unidade Regional de Garanhuns, onde liderou ações de fomento à agricultura familiar e ao agronegócio em cadeias produtivas.

Também é consultor no setor de leite e derivados, e foi secretário de Agricultura do município da Pedra entre 2021 e 2022. Desde 2023, exercia a função de assessor parlamentar no gabinete da deputada estadual Débora Almeida (PSDB), com foco no setor agro.


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