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Projeto de reflorestamento do Grupo JCPM no Recife ganha destaque na COP30

Iniciativa transformou antigo aterro industrial em floresta urbana no Recife será apresentado como referência de adaptação climática na COP30

Por JC Publicado em 07/11/2025 às 18:31

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Um projeto de reflorestamento iniciado há pouco mais de uma década no entorno do shopping RioMar Recife, na Bacia do Pina, será apresentado como caso de referência na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que começa nesta segunda-feira (10), em Belém do Pará. A iniciativa do Grupo JCPM, executada em área originalmente degradada por um antigo aterro industrial, tornou-se um exemplo de regeneração ambiental urbana e de contribuição privada para metas de adaptação climática.

O Projeto de Revitalização de Áreas Verdes (PRAV) foi iniciado em 2012 como parte de compensações ambientais exigidas pelo município. No terreno de 2,53 hectares - que abrigou uma fábrica entre as décadas de 1950 e 1990 - foram plantadas 684 mudas, priorizando espécies nativas da Mata Atlântica, como ipês, pau-brasil, ingá e aroeira.

Passados 12 anos, o que era um espaço sem vegetação consolidou-se como uma floresta urbana com árvores que ultrapassam 10 metros, alta robustez e conectividade direta com o Parque dos Manguezais, ampliando o corredor ecológico da Zona Sul do Recife.

Crescimento da biomassa e sequestro de carbono

O estudo técnico realizado pelo biólogo Clemente Coelho Júnior, do Instituto Bioma Brasil, quantificou o avanço da vegetação e a formação de biomassa na área, hoje com cerca de 71 toneladas de material vegetal acima do solo. Isso representa aproximadamente 30 toneladas de carbono estocado ao longo do período analisado, com taxa média anual de remoção estimada em torno de 3,5 toneladas. O cálculo excluiu espécies invasoras e vegetação rasteira para refletir apenas o impacto do reflorestamento planejado.

Coelho destaca que o projeto não apenas formou uma nova cobertura verde, como também favoreceu o retorno da fauna. Durante monitoramentos recentes, ele registrou presença de capivaras, novas espécies de aves e uso da área como corredor entre remanescentes de Mata Atlântica, manguezais urbanos e outros parques da cidade.

Para o biólogo, a consolidação do espaço como floresta urbana demonstra o potencial de reflorestamentos em áreas privadas para ampliar serviços ambientais: redução da temperatura local, filtragem de poluentes, sombreamento, conectividade ecológica e oportunidades futuras de lazer e educação ambiental.

Outra característica ressaltada por Clemente é o acompanhamento contínuo feito pelo Grupo JCPM. Segundo ele, o monitoramento das mudas e a substituição das que não vingaram foram decisivos para o sucesso do reflorestamento — prática pouco comum em projetos de compensação ambiental no país.

Coleção Edmond Dansot
Imagem de 1962 da mesma região onde foi realizado o reflorestamento - Coleção Edmond Dansot

Reconhecimento na COP30

A experiência recifense será apresentada na Zona Azul, espaço oficial da ONU dentro da COP30. A gerente de Sustentabilidade do Grupo JCPM, Thayara Paschoal, participará no dia 18 de novembro do painel “Regeneração: O Compromisso do Nosso Tempo”, promovido pela ONG britânica Responding to Climate Change (RTCC).

"A regeneração ambiental deve se tornar o eixo transversal do planejamento urbano. A iniciativa do Recife demonstra que o setor privado pode contribuir de forma efetiva para a recuperação de espaços naturais, com ganhos concretos para a regulação climática, a proteção da biodiversidade e o bem-estar social", disse Thayara.

No dia 19, a executiva também participa de debate sobre Comércio Sustentável, ao lado de representantes da Abrasce e da CLICC, discutindo temas como descarbonização das operações, inovação verde e engajamento dos consumidores. O grupo também apresentará outras ações ambientais em curso, como o uso de 100% de energia renovável certificada e o encaminhamento de 70% dos resíduos recicláveis para cooperativas locais.

Para Lúcia Pontes, diretora de Desenvolvimento Social do Grupo JCPM, a presença da empresa em Belém reforça o papel estratégico do setor privado na construção de cidades mais sustentáveis. As ações ambientais apresentadas na conferência compõem o Relatório ASG 2024 do grupo.

“A sustentabilidade está no centro dos nossos valores corporativos. Buscamos ampliar o diálogo sobre o compromisso empresarial, com atuações que aliem desenvolvido econômico, inclusão social e preservação ambiental”, afirma.

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