Trabalhadores terceirizados da Prefeitura do Recife fazem protesto e paralisam parte do Cais do Apolo
Manifestação reúne porteiros e ASGs contratados pela gestão municipal; categoria denuncia atrasos salariais e direitos trabalhistas não pagos

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O trânsito na Avenida Cais do Apolo, no bairro do Recife, está parcialmente interditado na manhã desta quarta-feira (8) devido a um protesto de trabalhadores terceirizados da empresa Toppus, contratada pela Prefeitura do Recife.
O ato, que começou por volta das 8h, reúne porteiros e auxiliares de serviços gerais (ASGs) em frente ao prédio da administração municipal. Os manifestantes denunciam atrasos salariais, férias acumuladas e demissões sem pagamento de rescisões.
A mobilização foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Asseio e Conservação de Pernambuco (STEALMOAIC), que classificou a ação como uma “paralisação de advertência”.
De acordo com a entidade, cerca de 1.300 trabalhadores que prestam serviços à Secretaria de Educação do Recife lutam há meses para receber direitos trabalhistas básicos.
Histórico de atrasos
Segundo o diretor do sindicato, Glauber Henrique, os atrasos atingem diversos benefícios, como FGTS, férias, vale-transporte e vale-alimentação.
“O contrato da Toppus com a Prefeitura começou em setembro de 2019. Os funcionários mais antigos têm de dois a quatro anos de FGTS em atraso. Há casos de trabalhadores que estão há até quatro anos sem tirar férias”, afirmou o sindicalista.
De acordo com ele, os atrasos salariais são recorrentes e, nesta quarta-feira, apenas a cesta básica foi depositada, sem o pagamento do vale-alimentação.
“Praticamente todos os meses algum desses direitos está em atraso. A categoria não aguenta mais essa situação”, disse Glauber.
Mediação junto ao Ministério do Trabalho
O STEALMOAIC informou ainda que já houve tentativas de mediação junto ao Ministério do Trabalho, mas apenas parte das pendências foi negociada.
Na semana passada, o sindicato conseguiu firmar um acordo parcial sobre as férias, que serão pagas em três parcelas a partir de 20 de outubro, beneficiando 312 trabalhadores — menos de um quarto do total.
O movimento desta quarta busca pressionar a empresa e a Prefeitura para a regularização dos pagamentos e garantia dos direitos trabalhistas.
“Esta é uma paralisação legítima e pacífica, em defesa da categoria. Queremos diálogo e solução definitiva para essas pendências”, concluiu o diretor sindical.
A Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) orienta os motoristas a evitarem o trajeto pelo Cais do Apolo, já que o trânsito segue lento desde o início da manhã.
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