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Giro Metropolitano debate entraves da Região Metropolitana do Recife; veja entrevista com Evandro Avelar

Engenheiro civil e ex-secretário estadual Evandro Avelar apontou três obstáculos principais na gestão da RMR; confira detalhes da entrevista

Por Thiago Seabra Publicado em 21/06/2025 às 11:00

Foi ao ar neste sábado (21), na Rádio Jornal e no canal do grupo no YouTube, o episódio do videocast Giro Metropolitano, que abordou os desafios históricos da Região Metropolitana do Recife (RMR).

Convidado da edição, o engenheiro civil e ex-secretário estadual Evandro Avelar apontou três obstáculos principais: a disputa política entre municípios, a concentração das receitas tributárias em Brasília e a ausência de coordenação única para políticas metropolitanas.

Disputa política entre prefeituras

Avelar lembrou que cada cidade da RMR é autônoma, e prefeitos costumam priorizar interesses eleitorais locais em detrimento de soluções conjuntas.

“Como são cidades autônomas, as populações elegem seus governantes com características políticas diversas. O grande desafio é que os prefeitos afastem interesses imediatos de reeleição e mergulhem num entendimento metropolitano para resolver problemas comuns”, afirmou.

Concentração do bolo tributário

O engenheiro criticou a distribuição atual de impostos, que, segundo ele, sobrecarrega as prefeituras.

“De toda a arrecadação, 58% fica com a União, 25% com os Estados e só 16% com os municípios. As pessoas não moram na União, moram no município. O prefeito é o primeiro a ser cobrado: do buraco na rua ao transporte, saúde e educação”, argumentou.

Falta de articulação metropolitana

Para o entrevistado, cabe ao governo estadual liderar a integração entre municípios.

“A responsabilidade pela unidade metropolitana é do Estado: unificar prefeitos, demandas e políticas — sobretudo na mobilidade, onde o transporte intermunicipal é atribuição estadual”, ressaltou.

Ele menciona que a governadora "fez um movimento importante recentemente, deu um passo, fez uma reunião, a primeira reunião com os prefeitos".

Essa reunião se desdobrou em outras reuniões secundárias com diversas áreas, mas Evandro Avelar observa que "o assunto concretamente ainda não foi adiante".

Avelar destacou que, sem uma agência forte de governança metropolitana e revisão do pacto federativo, problemas como transporte, saneamento e uso do solo seguirão sem solução coordenada.

Apesar disso, Evandro manifesta a esperança de que a governadora "tenha sucesso nessa articulação metropolitana".

Metrô da Região Metropolitana do Recife

Ao comentar a mobilidade na Região Metropolitana do Recife, Evandro concentrou-se no papel do metrô.

Segundo o engenheiro, sem um sistema de transporte de alta capacidade integrado e bem administrado, os quase 4 milhões de habitantes da RMR continuarão reféns de serviços de baixa qualidade.

“A gestão pública, por várias razões, não funcionou. Investiu, mas fracassou — talvez até por conta dessa distribuição desigual de recursos. Hoje o metrô é administrado pelo governo federal, que está muito distante e não conhece a realidade nem as prioridades locais", afirmou.

"Ainda assim, ele é a espinha dorsal do sistema metropolitano, tanto na rede atual quanto na futura expansão. Não dá para uma região de 4 milhões de pessoas, que se deslocam diariamente entre vários municípios, viver sem um sistema de grande capacidade; simplesmente não há como”, disse.

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