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"Essa lei está punindo todo mundo", diz representante de carroceiros em protesto no Recife

Legislação proíbe gradualmente o uso de veículos de tração animal (VTAs) em áreas urbanas da capital pernambucana; confira detalhes

Por Thiago Seabra Publicado em 16/06/2025 às 17:26 | Atualizado em 16/06/2025 às 17:53

As ruas do Grande Recife foram palco de bloqueios e protestos na manhã desta segunda-feira (16), organizados por carroceiros que manifestam contrariedade à intensificação da fiscalização da Lei Municipal nº 17.918/2013.

Essa legislação proíbe gradualmente o uso de veículos de tração animal (VTAs) em áreas urbanas da capital pernambucana, afetando diretamente trabalhadores que ainda dependem dessa atividade para garantir sua renda.

Durante os atos, que bloquearam pontos importantes como a BR-101, Avenida Caxangá e Agamenon Magalhães, Eklesiartes José da Silva, representante dos carroceiros, expressou as principais reivindicações da categoria.

Ele destacou as dificuldades enfrentadas para serem ouvidos pelas autoridades e a esperança de que a recente oportunidade de debater o tema na Câmara Municipal resulte em soluções equilibradas, preservando a cultura e a tradição dos carroceiros.

"A gente quer sim uma lei justa, uma lei que puna quem maltrata, mas que não tire o direito de quem cuida", disse.

"Agora, essa lei que está aplicada aqui em Recife está punindo todo mundo [...] todos estão sendo penalizados. Então, essa lei é totalmente injusta. Enquanto isso, o pessoal com condição aquisitiva alta tem seu direito preservado", pontuou.

"A gente busca um diálogo com o poder público, uma situação que poderia ter sido evitada. Eu procurei alguns representantes públicos aqui, mas infelizmente fomos ignorados. Procuramos o promotor, a Defensoria Pública, o Ministério Público, alguns vereadores, mas nenhum quis realmente abraçar a causa, ninguém quis escutar", afirmou.

"Hoje, a gente está tendo a oportunidade de ser ouvido aqui na Câmara Municipal. Espero que isso seja resolvido, que realmente haja um bom senso por parte do poder público, que entenda o nosso lado, porque a gente está lutando pela nossa cultura e nossa tradição", finalizou.

Audiência pública vira alvo de discussão entre parlamentares

A reunião foi convocada pelo vereador do Recife Rodrigo Coutinho (Republicanos).

O objetivo da sessão era debater as medidas implementadas no Recife após a proibição do uso de veículos de tração animal, com foco na realidade socioeconômica dos trabalhadores.

A proibição do tráfego de veículos com tração animal no Recife está em vigor desde 2019, baseada em uma lei de 2013.

O deputado estadual Romero Albuquerque (União Brasil) criticou os protestos dos carroceiros, classificando-os como "vandalismo".

Romero responsabilizou Rodrigo Coutinho pelos protestos, alegando que a audiência pública proposta por ele "serviu como combustível" para as manifestações.

Ele acusou Coutinho de tentar "surfar politicamente em cima do sofrimento animal" e que seu "oportunismo encorajou o caos".

Coutinho, por sua vez, rebateu publicações que distorceram o propósito do encontro, ressaltando que o debate contou com a participação de diversos grupos, incluindo defensores da causa animal, e não apenas dos carroceiros.

"São determinadas publicações que dão a entender o contexto contrário ao que a gente está querendo passar. Quando Vossa Excelência fala que a reunião hoje seria só com os carroceiros, é porque o deputado Romero Buquerque colocou um print como se eu fosse fazer uma reunião só para os carroceiros, o que não é verdade", iniciou.

"Estamos fazendo um debate amplo, de uma maneira geral. É importante que a gente deixe isso claro. E eles, de maneira geral, estavam tentando colocar no nosso colo as manifestações de hoje, eu queria fazer a pergunta: será que os carroceiros estão se manifestando por causa de Rodrigo Coutinho, que está dando a chance para eles falarem, ou estão se manifestando contra os políticos que se dizem representantes da causa animal e que ficam espalhando fake news, dizendo que a gente é a favor de cavalos mortos, que a gente é isso, que a gente é aquilo?", questionou.

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