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Outubro Rosa também é para os pets: câncer de mama atinge até 45% das cadelas e 30% das gatas

Castração precoce, atenção dos tutores e diagnóstico rápido são fundamentais para evitar complicações

Por Maria Clara Trajano Publicado em 21/10/2025 às 14:48

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A campanha Outubro Rosa, tradicionalmente voltada à prevenção do câncer de mama em mulheres, também chama atenção para uma realidade muitas vezes esquecida: os pets. A doença é uma das mais comuns entre cães e gatos e pode comprometer gravemente a saúde dos animais se não for diagnosticada e tratada a tempo.

Segundo o Conselho Federal de Medicina Veterinária, os tumores mamários acometem até 45% das cadelas e 30% das gatas ao longo da vida.

A médica veterinária Idelvania Nonato, especialista em Patologia Animal e professora do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário UniBH, alerta que o cenário é preocupante, principalmente pela alta taxa de malignidade.

“Cerca de 50% das neoplasias incidentes nas cadelas são tumores mamários malignos. Nas gatas, o índice é ainda pior: de 80% a 90% dos diagnósticos”, ressalta.

A doença é mais comum em animais mais velhos, entre 10 e 12 anos, mas pode surgir antes, especialmente em fêmeas não castradas.

“A ausência de castração aumenta a liberação hormonal e favorece o desenvolvimento do câncer. Além disso, o uso de anticoncepcionais injetáveis, conhecidos como ‘anti-cio’, em gatas, também pode contribuir para o surgimento da doença”, explica Idelvania.

Sinais de alerta

Entre os sinais de alerta, estão nódulos ou aumento de volume nas glândulas mamárias, alterações na pele e feridas na região.

“Toda mudança nas mamas deve ser investigada por um veterinário. O diagnóstico precoce aumenta significativamente as chances de cura, podendo chegar a 90% dos casos”, orienta a professora.

O tratamento, assim como em humanos, pode envolver cirurgia, quimioterapia ou a combinação dos dois, dependendo do estágio e da agressividade do tumor. A avaliação é feita por meio de exames de imagem e biópsia das glândulas mamárias.

“O grande desafio é o tempo de procura por atendimento. Muitos tutores demoram a buscar ajuda, e o diagnóstico tardio favorece a metástase — quando o câncer se espalha para outros órgãos. Infelizmente, esse ainda é o cenário mais comum”, lamenta Idelvania.

Prevenção e cuidados

A castração precoce é a principal medida preventiva. “Quanto mais cedo as fêmeas forem castradas, menores são os riscos de desenvolver distúrbios hormonais e tumores mamários”, destaca a veterinária. Em Belo Horizonte, por exemplo, os centros de zoonoses oferecem castração gratuita mediante agendamento.

Além disso, manter uma alimentação equilibrada, peso adequado e acompanhamento veterinário regular são atitudes essenciais para preservar a saúde do animal.

O papel do tutor

Diferente das mulheres, os pets não passam por exames de rastreamento, como a mamografia. Por isso, o olhar atento dos tutores é indispensável.

“Recomendamos que as glândulas mamárias sejam apalpadas com regularidade e que qualquer alteração seja levada imediatamente ao veterinário”, orienta Idelvania.

Ela reforça ainda que a recorrência do câncer pode acontecer, dependendo do tipo de tumor e do estágio em que foi identificado. “Cada caso deve ser acompanhado de perto para definir as melhores condutas ao longo do tempo”, conclui.

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