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Coveiro e esposa são presos suspeitos de agredir e enterrar mulher viva em cemitério de Pernambuco

Vítima afirma ter sido agredida com pá e picareta, colocada em uma cova e parcialmente enterrada; casal foi preso na última sexta-feira (28)

Por Cristiane Ribeiro Publicado em 03/12/2025 às 11:56

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A Polícia Civil de Pernambuco prendeu, na última sexta-feira (28), um casal suspeito de tentativa de homicídio por agredir e enterrar uma mulher viva em um cemitério de Sanharó, no Agreste de Pernambuco.

O caso aconteceu em novembro de 2024, mas a vítima, com medo das ameaças que a agressora fez contra seus filhos, não teve coragem de denunciar. 

Vítima presa na casa do casal

De acordo com a vítima, ela havia sido convidada pelo casal Tiago (38), que trabalhava como coveiro do cemitério, e Luciene (41) para consumir bebidas alcoólicas na residência deles.

Em determinado momento, adormeceu. Quando acordou, percebeu que estava trancada na casa, com o portão fechado por uma corrente. Ela relatou que tentou ligar para familiares, mas ninguém atendeu.

Terror no cemitério

Diante da situação, decidiu pular o muro, que dava acesso ao cemitério municipal, e caminhou até o portão do local. Foi então que "eu senti uma pancada muito forte na cabeça, e quando olhei pro lado, ela estava segurando uma pá", contou a vítima em entrevista à TV Jornal Interior.

A mulher conta que foi atingida novamente, dessa vez na nuca, e ficou desnorteada. Ela foi levada arrastada para os fundos do cemitério, onde foi colocada dentro de uma cova.

Ela relembra que teve as pernas atingidas com pancadas de pá e picareta, de modo que limitasse seus movimentos. Ao lado da cova, havia velas. Ainda de acordo com suas lembranças, os agressores jogaram terra até a altura dos seios da vítima.

Durante as agressões, segundo o relato, Luciene utilizava um crânio como recipiente para beber um líquido vermelho. A suspeita também teria feito ameaças envolvendo os filhos da vítima, caso ela contasse a alguém sobre o que acontecera. Em determinado momento, a vítima perdeu a consciência.

Acordou dentro da cova

Ela afirma ter recobrado a consciência entre 40 minutos e uma hora depois, ainda dentro da cova. Os suspeitos já não estavam mais no local. Com dificuldade para se mover devido às lesões, ela conseguiu se arrastar até a saída do cemitério e pedir ajuda ao vigilante noturno.

O funcionário colocou a mulher na calçada e acionou a emergência. Devido ao estado das pernas dela, foi necessário aguardar uma ambulância vinda do município de Arcoverde, a 57km de distância, para realizar o socorro.

Medo restringiu a vítima

A vítima relata que não denunciou o caso na época por medo das ameaças feitas contra os filhos. Segundo ela, a agressora a "proibiu" até de sair de casa, ameaçando um novo episódio de violência.

A denúncia só foi feita quando a vítima testemunhou contra Luciene em um outro caso, e, encorajada pela mãe, decidiu falar sobre o acontecido no cemitério. Em nota, a Polícia Civil confirma que o mandado de prisão contra Tiago e Luciene foi cumprido na sexta-feira (3) e informou que a investigação segue em andamento.

Assista à reportagem da TV Jornal Interior

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