Coveiro e esposa são presos suspeitos de agredir e enterrar mulher viva em cemitério de Pernambuco
Vítima afirma ter sido agredida com pá e picareta, colocada em uma cova e parcialmente enterrada; casal foi preso na última sexta-feira (28)
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A Polícia Civil de Pernambuco prendeu, na última sexta-feira (28), um casal suspeito de tentativa de homicídio por agredir e enterrar uma mulher viva em um cemitério de Sanharó, no Agreste de Pernambuco.
O caso aconteceu em novembro de 2024, mas a vítima, com medo das ameaças que a agressora fez contra seus filhos, não teve coragem de denunciar.
Vítima presa na casa do casal
De acordo com a vítima, ela havia sido convidada pelo casal Tiago (38), que trabalhava como coveiro do cemitério, e Luciene (41) para consumir bebidas alcoólicas na residência deles.
Em determinado momento, adormeceu. Quando acordou, percebeu que estava trancada na casa, com o portão fechado por uma corrente. Ela relatou que tentou ligar para familiares, mas ninguém atendeu.
Terror no cemitério
Diante da situação, decidiu pular o muro, que dava acesso ao cemitério municipal, e caminhou até o portão do local. Foi então que "eu senti uma pancada muito forte na cabeça, e quando olhei pro lado, ela estava segurando uma pá", contou a vítima em entrevista à TV Jornal Interior.
A mulher conta que foi atingida novamente, dessa vez na nuca, e ficou desnorteada. Ela foi levada arrastada para os fundos do cemitério, onde foi colocada dentro de uma cova.
Ela relembra que teve as pernas atingidas com pancadas de pá e picareta, de modo que limitasse seus movimentos. Ao lado da cova, havia velas. Ainda de acordo com suas lembranças, os agressores jogaram terra até a altura dos seios da vítima.
Durante as agressões, segundo o relato, Luciene utilizava um crânio como recipiente para beber um líquido vermelho. A suspeita também teria feito ameaças envolvendo os filhos da vítima, caso ela contasse a alguém sobre o que acontecera. Em determinado momento, a vítima perdeu a consciência.
Acordou dentro da cova
Ela afirma ter recobrado a consciência entre 40 minutos e uma hora depois, ainda dentro da cova. Os suspeitos já não estavam mais no local. Com dificuldade para se mover devido às lesões, ela conseguiu se arrastar até a saída do cemitério e pedir ajuda ao vigilante noturno.
O funcionário colocou a mulher na calçada e acionou a emergência. Devido ao estado das pernas dela, foi necessário aguardar uma ambulância vinda do município de Arcoverde, a 57km de distância, para realizar o socorro.
Medo restringiu a vítima
A vítima relata que não denunciou o caso na época por medo das ameaças feitas contra os filhos. Segundo ela, a agressora a "proibiu" até de sair de casa, ameaçando um novo episódio de violência.
A denúncia só foi feita quando a vítima testemunhou contra Luciene em um outro caso, e, encorajada pela mãe, decidiu falar sobre o acontecido no cemitério. Em nota, a Polícia Civil confirma que o mandado de prisão contra Tiago e Luciene foi cumprido na sexta-feira (3) e informou que a investigação segue em andamento.
Assista à reportagem da TV Jornal Interior