Ibovespa se aproxima dos 135 mil pontos puxado por blue chips, apesar de tarifas
Mesmo com incertezas fiscais e comerciais, Ibovespa sobe puxado por ações como Petrobras e Vale e se aproxima dos 135 mil pontos

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O Ibovespa voltou a subir na manhã desta quarta-feira (23) e se aproximou dos 135 mil pontos, sustentado pela alta das ações de grandes empresas brasileiras, mesmo em meio às incertezas fiscais internas e às preocupações com tarifas impostas pelos Estados Unidos.
Às 11h45, o principal índice da B3 avançava 0,52%, aos 134.735,34 pontos, após ter alcançado a máxima de 134.920,19 pontos no pregão.
A recuperação ocorre em sintonia com o desempenho positivo das bolsas de Nova York e da Europa, impulsionadas pelo anúncio de um acordo comercial entre Estados Unidos e Japão.
O pacto prevê a redução de tarifas de 25% para 15% ao Japão e investimentos de US$ 550 bilhões em território norte-americano. O presidente Donald Trump também demonstrou expectativa por um entendimento semelhante com a União Europeia.
Incertezas com tarifas e cenário fiscal no radar
Apesar do ambiente externo favorável, os investidores seguem atentos ao avanço das negociações entre Brasil e Estados Unidos, que ainda não apresentaram progresso significativo. A iminência do chamado "tarifaço" gera cautela.
"O mercado está receoso por causa das divulgações envolvendo tarifas americanas. Algumas ações corrigem, sobem, enquanto outras caem, caso de Weg, com resultado financeiro abaixo do esperado", afirma Patrick Buss, operador de renda variável da Manchester Investimentos.
Internamente, as preocupações fiscais também influenciam o mercado. O governo federal anunciou a liberação de R$ 20,6 bilhões em despesas, o que reacende dúvidas sobre a sustentabilidade das contas públicas.
"Ficou a leitura de que o governo segue mirando o piso da meta fiscal e se apoiou em receitas incertas e não recorrentes para liberar gastos", avalia Silvio Campos Neto, economista sênior e sócio da Tendências Consultoria, em relatório.
'Blue chips' lideram os ganhos
As ações da Petrobras operavam em alta após a aprovação, pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), do Acordo de Individualização da Produção (AIP) da Jazida Compartilhada do Pré-Sal de Jubarte, na Bacia de Campos.
A extração será feita em conjunto com a Brava Energia, Shell, ONGC (da Índia) e a União, representada pela Pré-Sal Petróleo (PPSA). Os papéis da estatal subiam entre 1,12% (PN) e 1,61% (ON), enquanto a Brava avançava 1,34%.
Vale divulga aumento na produção de minério
A Vale informou, na terça-feira (22), após o fechamento do mercado, que sua produção de minério de ferro no segundo trimestre de 2025 cresceu 3,7% em relação ao mesmo período de 2024, totalizando 83,599 milhões de toneladas.
Em relação ao trimestre anterior, o avanço foi de 23,6%. Já as vendas somaram 77,346 milhões de toneladas, com queda anual de 3,1%, mas alta de 16,9% na comparação trimestral.
"Por mais que teve queda nas vendas e nos preços, houve melhora operacional", diz Patrick Buss, da Manchester Investimentos. As ações da mineradora subiam 0,61%, impulsionando também os papéis do setor de mineração e siderurgia, apesar do recuo de 0,61% no preço do minério de ferro em Dalian.
Expectativa se volta para balanços nos EUA
Com a agenda de indicadores esvaziada tanto no Brasil quanto no exterior, os investidores também acompanham a divulgação de resultados corporativos.
No Brasil, destacam-se os números da Weg e os dados da Vale. Nos Estados Unidos, os balanços da Tesla e da Alphabet (dona do Google) serão conhecidos após o encerramento dos mercados.
Na véspera, o Ibovespa encerrou em queda de 0,10%, aos 134.035,72 pontos.
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